Série de sucesso do site de streaming explora os dramas de personagens secundários; as atrizes Uzo Aduba, Samira Wiley e Natasha Lyonne vieram ao Brasil
Cena de um dos episódios da terceira temporada da série 'Orange Is The New Black', do Netflix (Jojo Whilden/Divulgação)
Se você é fã de 'Orange is The New Black', com certeza sabe que os 13 episódios da terceira temporada da série foram disponibilizados na última sexta-feira (12) pelo Netflix — ou, dependendo do grau de ansiedade, até já assistiu... Mas, se não é, quem sabe este texto desperte no caro leitor o desejo de conferir o que esta trama ambientada num presídio feminino, produzida por um site de streaming, com uma base fiel de fãs em todo o mundo e ganhadora de importantes prêmios da indústria do entretenimento (leia-se SAG Awards para o elenco e o People’s Choice Awards de série favorita, além do Emmy de coadjuvante para a atriz Uzo Aduba, que interpreta a personagem Crazy Eyes, entre outros), tem de tão especial. Sim, a premissa é árida, afinal, dar audiência ao “mundo cão” na hora no lazer não é lá uma ideia muito atraente para boa parte das pessoas. Digo por experiência própria. Porém, a série criada por Jenji Kohan (a mesma de 'Weeds'), baseada no livro 'Orange is The New Black: My Year in a Woman’s Prison' de Piper Kerman, vai além do que se acredita seja a vida em um presídio, e tem sua força justamente no fato de explorar dramas humanos com boas doses de humor. Nesta terceira temporada, o foco sai um pouco da protagonista, a garota-enxaqueca Piper Chapman (Taylor Schilling) — uma espécie de Elizabeth Gilbert de 'Comer, Rezar, Amar' “on drugs” e seu eterno drama entre amar ou odiar Alex Vause (Laura Prepon), a ex-namorada traficante que, não por acaso, está “hospedada nas mesmas instalações” —, para explorar mais as histórias de personagens secundárias como Suzanne “Crazy-Eyes” (Uzo Aduba), Poussey (Samira Wiley) e Nicky (Natasha Lyonne). As três atrizes estiveram em São Paulo na semana passada para divulgar a produção, tendo, inclusive, participado da Parada Gay realizada na Capital no último domingo — elas foram unânimes em descrever a experiência como “incrível” e “tocante”. “A energia dos fãs brasileiros foi simplesmente magnética”, disse Samira. Ela revela ter dito para Natasha: “Fui à parada de Nova York no ano passado, vou te dizer como é”. Mas o impacto foi muito maior do que ela imaginava. “Você acredita que é só diversão e está lá, animada, festejando, e de repente, aquilo tudo te pega, é realmente poderoso e pensa ainda bem que estou de óculos escuros. Estou 100% certa de que nunca vou esquecer”. Sobre a “capilarização” da trama, Uzo diz que, quando se cria um show como 'Orange is The New Black', é preciso encontrar um balanço entre o “temos um plano” e “não temos um plano”. “E isso é importante porque você, de certa forma, tem de ouvir seus fãs e também o mundo em movimento ao redor de você.” Ela acredita que Jenji Kohan, de certa forma, já tem definida a direção que vai tomar, sabe onde quer chegar, mas deixa espaço para o desenvolvimento mais orgânico dos personagem, quais personagens devem ter uma cena juntos etc., ou seja, é um mix disso tudo. Por conta disso, não teria a prisão se tornado o principal personagem da série? Natasha lembra que o livro no qual o show foi baseado é limitado, pois mostra a jornada de uma mulher no sistema prisional e como a vida na prisão a afetou. Para a atriz, a série, da forma como Jenji Kohan a desenvolveu, “pode durar anos”, e a prisão é um ambiente muito específico, que influencia a trama diretamente e ajuda a conhecer os personagens mais profundamente. A previsão é de que 'Orange is The New Black' tenha quatro temporadas, mas os fãs — e o elenco — esperam que a série se estenda um pouco mais. A saber: o orange (cor de laranja) do título faz referência à cor do uniforme das detentas recém-chegadas.* O COLUNISTA FÁBIO TRINDADE ESTÁ EM FÉRIAS