Sonia Rubinsky: três peças no repertório: 'Andante Favori' e 'Sonata Op 7', de Beethoven, e 'Exercícios', de Schumann, sobre peça de Beethoven (Divulgação)
O Pequeno Festival Beethoven, organizado pela direção da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), em comemoração aos 250 anos de nascimento do compositor alemão, completados em 2020, estava programado para acontecer em setembro passado, mas devido à pandemia de Covid-19, os planos foram adiados para janeiro. A mudança foi providencial para Sonia Rubinsky, pianista campineira radicada em Paris que, nesta época sempre vem para Campinas passar uma temporada com a mãe, Zilda Rubinsky. Assim, apesar da pandemia, Sonia se apresenta na próxima terça-feira, dia 12, na Sala São Paulo, sede da Osesp, na Capital. No repertório, peças de e sobre Beethoven. “São dois concertos por dia, de uma hora cada um. O primeiro às 19h30. Ao terminar, o público sai para higienização da sala, palco e piano, e em seguida, às 21h15, começa o segundo concerto”, explica Sonia.
Nesta terça, a programação abre com o pianista Ronaldo Rolim e fecha com o concerto de Sonia. “Sou a única mulher no festival, os demais são pianistas mais jovens. Da minha geração só eu”, informa Sonia, que preparou um repertório especial. “Um destaque é uma peça de (Robert) Schumann, raramente tocada, sobre o tema da 7<SC210,170> Sinfonia de Beethoven em forma de variações, chamada Exercícios. É uma peça muito bonita, que toco há muitos anos e vai fechar o programa”, explica Sonia. “Achei interessante incluir essa peça para mostrar como Beethoven influenciou outros grandes compositores, como Schumann.”
O programa começa com Andante Favori, o segundo movimento da Sonata Waldstein de Beethoven. “A sonata era muito grande, e ai sobrou esse movimento, uma obra virtuosística muito bonita”, avalia a pianista. Em seguida Sonia interpreta a Sonata n<SC210,186> 4, Op 7. ”Esta é uma sonata relativamente jovem da produção de Beethoven, mas era a grande sonata até então, tecnicamente moderna, uma escrita para piano que ultrapassou o que se fazia para o instrumento na época”, comenta. “A linguagem de Beethoven é muito moderna. Apesar dele ter tido influência de compositores mais comvencionais, ele revolucionou a música com sua modernidade.”
Sonia cita que a apresentação presencial segue todas as normas de higienização determinadas pelas autoridades sanitárias. “A Sala São Paulo tem capacidade para 1.700 pessoas, mas a informação que tenho é que a casa aceitará no máximo 400 pessoas e não haverá transmissão ao on-line. O público e os pianistas terão que usar máscaras o tempo todo, e as visitas aos camarins após os concertos estão proibidas.
Sonia tem outro ,otivo de comemoração: o disco que gravou com a Filarmônica de Minas Gerais dedicado à obra para piano e orquestra do compositor brasileiro Almeida Prado foi indicado ao ICMA (International Classical Music Awards), um dos mais importantes prêmios voltado a obras clássicas. O mesmo disco foi indicado no ano passado ao Grammy Latino 2020 na categoria melhor álbum clássico do ano. O álbum foi gravado em 2019 em Belo Horizonte (MG) e lançado em plena pandemia, em maio de 2020, sob a regência do maestro Fabio Mechetti e participação de Sonia Rubinsky. No repertório, três obras do compositor brasileiro: Aurora, Concerto nº 1 para piano e Concerto Fribourgeois.
“O ICMA é um prêmio importante. Não sei aqui no Brasil, mas no exterior o disco está tendo uma ótima repercussão”, aponta Sonia.