arte e fé

O mural de um devoto de Nossa Senhora Aparecida

O artista plástico Sidney Matias, paulistano radicado em Campinas, faz um mosaico da Padroeira para ser instalado em igreja de Porto Alegre

Delma Medeiros
11/10/2017 às 21:15.
Atualizado em 22/04/2022 às 17:59
Painel tem 3,80 metros por 1,50 metro: no total, placas pesam 190 quilos (Divulgação)

Painel tem 3,80 metros por 1,50 metro: no total, placas pesam 190 quilos (Divulgação)

O artista plástico Sidney Matias, paulistano radicado em Campinas, participa com sua arte das comemorações do tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Especializado em pinturas, esculturas e monumentos em mosaico, Matias foi convidado a criar uma peça em mosaico italiano para instalação no santuário de Nossa Senhora Aparecida em Porto Alegre (RS). A encomenda, feita há cerca de cinco meses, será inaugurada hoje, como parte das inúmeras comemorações pelo jubileu da Padroeira do Brasil. “Depois de desenhar o projeto, foram quatro meses de trabalho constante. No total, as várias placas que compõem o mosaico pesam 190 quilos. O painel tem 3,80 metros por 1,50 metro” , explica Matias. “Sou devoto de Nossa Senhora Aparecida e durante o processo criativo do mural tive sinais dela que mudaram minha maneira de lidar com a religião e fé” , coloca o artista, que tem como projeto de vida resgatar a arte sacra no maior número possível de paróquias. “Tenho um carinho especial pela arte sacra” , comenta o artista que fez, em Campinas, um mosaico de São João Batista para a paróquia homônima, localizada na Avenida das Amoreiras. Segundo o artista, a arte do mosaico exige paciência, dedicação, concentração e raciocínio. Nesta obra ele “semeou” em torno de 25 mil partículas milimétricas de ouro, platina, cristal e vidros coloridos, cortadas e assentadas uma a uma. Depois vem a tarefa de preparar uma embalagem segura para transportar as placas. “O resultado dá a sensação de um maratonista que cruza a linha de chegada” , afirma. Além da reprodução da santa cercada por peixes — uma referência ao fato de ter sido encontrada por pescadores, na rede de pesca —, ele criou quatro quadros que representam os milagres mais conhecidos de Nossa Senhora Aparecida: o escravo libertado de seus grilhões ao se ajoelhar para rezar para a santa; a menina cega que recobra a visão ao se dirigir, em companhia da mãe, ao templo dedicado à Nossa Senhora Aparecida; a onça que desistiu de atacar um caçador quando este começou a rezar; e a do cavaleiro descrente que tentou entrar a cavalo na igreja e as ferraduras do animal ficaram cravadas na escadaria do templo. História A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul em 1717. As ações de preparação do jubileu 300 Anos de Bençãos foram iniciadas em 2014 e se encerram hoje com missas e celebrações por todo o Brasil, em especial no Santuário Nacional de Aparecida. Em 12 de outubro de 1717, três pescadores foram pescar numa época escassa de peixes. Ao chegarem ao rio, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Depois do encontro da imagem, a pesca foi abundante. Por ter aparecido, o povo chamou-a de Aparecida, nome consagrado pela devoção popular. A santa foi proclamada Rainha em 1904 e Padroeira do Brasil em 1930. 

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