O mundo multicolorido de Dennis Esteves

Refugiado na pacata Vinhedo, o artista plástico Dennis Esteves, natural de Santo André, desenvolve sua arte fortemente influenciada pela estética cubista, tendo Pablo Picasso como um grande mestre. O estilo vibrante e alegre, com cores fortes e impactantes, remete aos trabalhos de Gustavo Rosa e Romero Britto. Assim como estes, Esteve levou suas obras da tela para objetos como canecas, sofás, ímãs e capas de celulares e tablets. Ao chegar no Ateliê D. Esteves, que fica na casa do artista dentro de um condomínio fechado na cidade, a arte salta aos olhos. Na parede, no chão, com azulejos e mosaicos, Esteves estabelece sua marca. Quem recebeu a reportagem do Caderno C e ficou de olho atento durante toda a conversa foi o seu gato, companhia constante de labuta, que não por acaso se chama Picasso. Aliás, o bichano também serviu como forte de inspiração para algumas obras. Isso porque Esteves representa temáticas diversas do cotidiano, situações de confraternização — é bastante frequente a presença de vinho e música — além de animais e personalidade, a exemplo do retrato de Elvis Presley, Oscar Niemmayer, Fred Astaire, Mozart e Picasso. Seja qual for o tema, usa a sobreposição de cores, inspirada no pintor (e amigo) Sarro, quem considera seu mentor e um artista exponencial. “A luminosidade do trabalho dele me impressiona até hoje”, diz, reforçando, porém, que sua estética é outra: “Já é mais inspirada no cubismo, tem muita influência de Milton da Costa, Picasso, obviamente, entre outros artistas.” Esteves tinha apenas 14 anos quando realizou sua primeira exposição, com trabalhos em pastel, no Instituto Superior de Ensino Metodista de São Bernardo. Foi nessa estreia que o jovem artista vendeu suas primeiras obras. Desde então, se dedica à pintura, apesar de transitar por outras formas artísticas como o sapateado e até mesmo a composição musical. Como cresceu numa atmosfera artística, sempre incentivado pelos pais a desenhar e a mexer com tinta, jamais se imaginou em outro ramo. Ele tinha 24 anos quando expôs na EuropArt, em Genebra. Era o ano de 2000. No ano seguinte, estava na Euro ART de Barcelona, e de novo na EuropART, dessa vez na Galeria Arte Sol de Solothum (Suíça). Hoje, aos 37 anos de idade, soma aproximadamente 100 exposições individuais e 800 obras. Considera-se autodidata por ter estudado somente durante um período muito curto na Escola Panamericana de Artes, acredita ter conquistado a própria identidade há sete anos, quando morou em Paris a fim de estreitar os laços com as galerias. As telas, de tamanhos diferentes, valem hoje entre R$ 1 mil e R$ 10 mil. Objetos e réplicas de quadros podem ser encontrados no quiosque de Esteves no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas. Mais informações pelo site www.atelierdesteves.com.