SERÍ(E)SSIMA

O cérebro vem aí

É basicamente Law & Order, mas também bem diferente. Faz parte da família Chicago, porém com outra pegada

Fábio Trindade
02/04/2017 às 15:31.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:49
Philip Winchester vive o promotor Peter Stone em Chicago Justice: "Law & Order para a nova geração" (Divulgação)

Philip Winchester vive o promotor Peter Stone em Chicago Justice: "Law & Order para a nova geração" (Divulgação)

É basicamente Law & Order, mas também bem diferente. Faz parte da família Chicago, porém com outra pegada. Por isso, é bem possível que Chicago Justice, a mais nova criação da lenda da televisão Dick Wolf (idealizador das duas franquias citadas e seus adjacentes, por exemplo) tenha, ao mesmo tempo, um ar familiar para os fãs das séries junto com um quê de novidade. Afinal, repetir o que vem sendo feito sem algo a mais tende ao fracasso. Do mesmo jeito que não dá para ignorar uma enorme base de espectadores mundo afora que, ao que parece, ainda não se cansou de acompanhar produções variadas dentro de um mesmo universo. O fato é que Chicago Justice, que estreia neste domingo (2) no Canal Universal, às 21h45, é tão focado no legado de Dick Wolf, que o primeiro episódio é um enorme crossover com outros dois grandes sucessos do círculo: Chicago Fire e Chicago P.D. No piloto da nova produção, o promotor Peter Stone (Philip Winchester) precisa atuar no julgamento de um suspeito pelo incêndio que matou 39 pessoas. Mas até o acusado sentar no banco dos réus, muita coisa rolou, porém nas outras séries. Por isso, às 20h15, o público confere a equipe de Chicago Fire em ação contra o tal incêndio no episódio Deathtrap. Às 21h, é a vez de Voight (Jason Beghe), em Chicago P.D. no capítulo Emotional Proximity, liderar as investigações do caso, já que o crime tem como uma das vítimas a filha de Olinsky (Elias Koteas). E, como dito, logo após é a vez de todos irem ao tribunal darem suas versões diante do juiz e de Peter Stone — que, só para melhorar ainda mais esta salada, é filho de Ben Stone (Michael Moriarty), o promotor original de Law & Order. Para entender exatamente como isso vai funcionar, a Serí(e)ssima conversou com exclusividade com o protagonista de Chicago Justice, Philip Winchester. E, para adiantar, ele revela justamente como Dick Wolf definiu as produções da franquia para ele, usando partes do corpo: “Chicago Fire é a virilha, P.D. é o punho, Chicago Med é o coração e Justice é o cérebro. Ele disse que gosta de pensar nas quatro séries assim e, na verdade, querendo ou não, é uma analogia que traz muita responsabilidade para gente. E sinto isso principalmente porque os roteiros são pensados mais no que está acontecendo tanto na cidade quanto no próprio país. Ou seja, situações importantes que precisam ser discutidas, e só temos 42 minutos para fazer isso.” Com base nisso, Philip aproveita e explica que a maior diferente entre Justice e as demais produções da franquia é o fato de o novo seriado focar mais em resolver problemas do que em dramas novelísticos. “Eu acho que as outras três séries de Chicago fazem um trabalho maravilhoso, eles trabalham duro, os roteiros são ótimos. Mas eles têm mais espaço para desenvolver situações além dos casos, enquanto a gente foca no problema. Também há o fato de a nossa série ter um elenco bem menor, então não há espaço para muitos dramas. É preciso ter um foco diferente.” Michael Chernuchin, que foi o roteirista de Law & Order por anos, é quem lidera também o time de Justice e, segundo Philip, ele sabe exatamente o que é importante e merece destaque nesse tipo de série. “Qualquer comparação com Law & Order são alegremente aceitas, o próprio Dick Wolf disse isso recentemente. Mas tudo é diferente também porque os tempos são outros, as tecnologias são outras, e esses detalhes, obviamente, influenciam muito na hora de avaliar e julgar um caso. Então é como se estivéssemos fazendo Law & Order para a nova geração.” Mais Law & Order Ainda sobre este universo, o protagonista conta que uma das coisas que mais o interessou no personagem Peter Stone é o fato, como dito, dele ser filho um grande promotor. Ou seja, “eu queria saber como ser filho do Ben Stone o afetaria no seu dia a dia. Ele tem uma relação muito difícil com o pai. Peter está, o tempo todo, tentando se provar a si mesmo e, claro, ao pai do que ele é capaz, que não está vivendo na sombra da fama da família. É claro que Peter é capaz e pode fazer o que ele precisa por conta própria, mas ele sempre tem aquela pensamento no fundo da mente que o pai precisa aprovar o que ele faz, entende?”, diz Philip, com uma informação extra: “nós não vamos ver, pelo menos neste primeiro ano, o Peter e o Ben juntos, mas esse encontro é algo que já foi discutido na mesa de criação”. E apesar do fato de se basear em uma das séries mais bem-sucedidas e longevas da televisão norte-americana, e por ser a quarta produção de uma franquia de sucesso, Philip confessa não sentir muita pressão ao estrear Chicago Justice. “Se você pensar bem, por um lado, a minha vida é muito mais fácil porque já existe uma família pronta de atores, produtores, tecnologias, ideias, e fãs que gostam desta família. Sem contar que meu personagem foi introduzido em um crossover de Chicago P.D., em que o episódio se chamava justamente Justice. Então eu tive a oportunidade de desenvolver um relacionamento com todas essas pessoas, e com o personagem, muito antes de saber que teríamos um show. Mas claro que eu também não quero quebrar algo que vem acontecendo muito bem, e é aí que pesa a responsabilidade.” Se tudo der certo, quem sabe Philip Winchester não se torna a nova Mariska Hargitay dos tribunais — para quem não sabe, é só a atriz que interpreta a detetive Olívia Benson desde 1999, ininterruptamente, em Law & Order: SVU. Mas antes de responder se isso é possível, Philip solta boas gargalhadas com a pergunta. “Olha, seria incrível, mas eu penso em TV um dia de cada vez porque essa indústria não é fácil. Mas, bom, se isso acontecesse, eu iria do mais novo advogado de um distrito até o mais velho senhor grisalho de bengala no tribunal”, brinca, ainda aos risos. “Se o público nos aceitar bem e a gente conseguir se renovar para se manter atual, esses fatores vão dizer até onde nós vamos.”

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