ESTILO

NY inaugura mostra sobre influência punk na moda

Exposição 'Do caos à alta-costura' se dedica não ao punk revolucionário e sujo, mas ao punk belo

France Press
06/05/2013 às 20:47.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:14
Atriz Katie Holmes chega ao Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York (France Preess)

Atriz Katie Holmes chega ao Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York (France Preess)

Os jovens que criaram o Punk queriam "anarquia no Reino Unido", como cantavam os Sex Pistols, mas a exposição que o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York inaugura nesta quinta (9), mostra como o movimento se suavizou e foi absorvido pela moda.

"Punk: Chaos to Couture" (Punk: do caos à alta-costura, em tradução livre) é o nome da mostra que exibe a fusão do punk - com um estilo musical primitivo, o uso de drogas e palavras de ordem antiestablishment - com o mundo da moda.

A exposição é uma verdadeira cápsula do tempo que revela a força criadora e, muitas vezes, autodestrutiva desse gênero musical nascido em meados da década de 1970.

Videoclipes de Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols morto por uma overdose em 1979, e outros roqueiros da época podem ser visto em telas gigantes. Dos alto-falantes, o público ouvirá trechos de músicas como as do extinto Ramones.

Também há uma réplica do banheiro do famoso night club nova-iorquino CBGB, templo punk que fechou as portas em 2006, com o grafite "DEAD BOYS RULE", em referência ao grupo punk americano de mesmo nome, e guimbas de cigarro espalhadas pelo chão.

"Do caos à alta-costura" se dedica não ao punk revolucionário e sujo, mas ao punk belo, contando como uma corrente niilista da contracultura morreu e voltou à vida em uma passarela e integrada ao mainstream.

A mostra argumenta que o amor do punk pela moda improvisada e de baixo custo, como uma camiseta rasgada, estava em plena sintonia com o modo de produção dos estilistas modernos.

"Em uma estranha virada do destino, a ética do 'faça você mesmo' se tornou, no futuro, o lema do 'não há futuro'", afirmam os organizadores da exposição.

"Ainda que a estética do punk pareça não combinar com a estética da alta-costura, ambos estão definidos pelos mesmos impulsos de originalidade e de individualidade", acrescentam.

Ao longo das galerias, vê-se manequins vestidos com modelos de alta-costura inspirados no punk, como um vestido de noite de Versace ornado com enormes alfinetes de segurança.

Apesar de tudo, business e moda nunca estiveram longe do experimento punk. Exemplo disso é o lendário empresário Malcolm McLaren, considerado por alguns criador do estilo punk e agente dos Sex Pistols, e sua loja SEX, em Londres, que dirigiu junto com a mulher, Vivienne Westwood. Hoje, ela é uma famosa estilista.

A exibição termina em uma lojinha, onde o punk moderno poderá comprar uma camiseta Givenchy de US$ 565, com os mesmos grafites do banheiro do CBGB. Ou, mais em conta, por US$ 100, poderá escolher uma camiseta branca de Vivienne Westwood, com as palavras "Climate revolution" ("Revolução climática").

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