CULTURA

No Dia Mundial do Disco Voador, quem volta à cena é o ET de Varginha

Caso de extraterrestre ganha livro e reacende debate ufológico, relembrando o envolvimento de Campinas com o tema

Da Redação/[email protected]
25/06/2024 às 18:09.
Atualizado em 25/06/2024 às 18:09
Varginha tem hoje várias construções que lembram o caso do ET e tornam o município um ponto turístico ufológico, como a nave espacial existente em uma praça da cidade (Divulgação)

Varginha tem hoje várias construções que lembram o caso do ET e tornam o município um ponto turístico ufológico, como a nave espacial existente em uma praça da cidade (Divulgação)

Campinas já esteve por algumas vezes envolvida em questões relacionadas a OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados), tanto em estudos e congressos como no imaginário popular. O caso mais recente ocorreu no dia 23 de fevereiro deste ano, quando moradores de vários locais da cidade repercutiram nas redes sociais pontos luminosos que apareceram no céu. Mas o “fenômeno” – devidamente explicado na época pelo estudioso do assunto Júlio Lobo (1960-2024) – não passou de um balão com LEDs. Entretando, há 28 anos (janeiro de 1996), a cidade se viu envolvida em um caso de grande repercussão, o ET de Varginha. E é este o tema do livro “Incidente em Varginha”, recém-lançado como o primeiro volume da série ficcional “Invasores Misteriosos”, que aborda os principais acontecimentos ufológicos do País.

No livro do roteirista paulista Danilo Dias de Sousa – que assina como D. D. Sousa –, uma cidade pacata do interior do Brasil se torna o foco da atenção da mídia nacional quando uma fazenda é invadida por um alienígena, o que mobiliza exército e ufólogos de todo País. Essa situação leva três cidadãos a investigarem se os esforços dos líderes políticos para gerenciar a crise não escondem um segredo maior.

Na época, Campinas foi envolvida no caso quando divulgaram a informação de que o cadáver de um ser ET, capturado pelo Exército, teria sido transportado da cidade mineira direto para as instalações de um laboratório secreto na Unicamp, para ser examinado e estudado. Apesar dos desmentidos tanto da universidade como do Exército, os boatos correm até hoje. 

Talvez o assunto desperte tanto interesse porque existe uma teoria sobre o primeiro caso de abdução no Brasil, que supostamente aconteceu em Campinas, nas imediações das Ruas Sampaio Peixoto e Alecrins, bairro Cambuí, em 1931. O relato da vítima do sequestro interestrelar, José Florêncio, que tinha entre 8 e 9 anos de idade na época, dá conta que ele voltava para casa quando foi surpreendido por um objeto voador e conduzido para seu interior por um ser de aproximadamente um metro e meio de altura, pele morena, olhos azuis, cabelos platinados. Segundo conta o escritor Thiago de Sousa, do projeto “O que te assombra”, o menino disse que passou por supostas avaliações médicas durante um tour espacial, sendo deixado no mesmo local onde teria sido abduzido. Na manhã seguinte, observou picadas no corpo, teve frieiras nos pés e, ao ser levado ao hospital, foi diagnosticado com ‘amarelão’. 

FICÇÕES DO CASO DE VARGINHA

Em meio a críticas sociais e políticas, o autor do livro mais recente sobre o caso do ET de Varginha relata que esse assunto e a crença de que existem diferentes e mais evoluídos seres fora da Terra ainda borbulham no imaginário coletivo brasileiro. Ele conta que “a aventura é peça-chave do enredo e, ao remontar o imaginário popular, essa ficção também se utiliza de acontecimentos recentes da política nacional, instigando o leitor a fazer as correlações entre ficção e realidade”. Este é o quinto livro lançado por D. D. Sousa, que além de escritor, é jornalista e roteirista. 

Em 2015, o cineasta de Indaiatuba Marcos Otero (com 40 filmes em sua carreira) também transformou em literatura a história do ET na cidade mineira, em uma publicação de 168 páginas, com produção independente e o mesmo título: “Incidente em Varginha”. 

Enquanto isso, a cidade mineira de Varginha usa o caso para investir no turismo ufológico, com a construção de imóveis no formato de disco voador e implantação de estátuas de extraterrestres nas praças, que fazem sucesso junto aos turistas. 

A data de 24 de junho é conhecida como o “Dia Mundial do Disco Voador” em homenagem à primeira suposta aparição de Objeto Voador Não Identificado (Ovni) nos Estados Unidos em 1947.

RELEMBRE O CASO 

Em 20 de janeiro de 1996, em Varginha (Sul de Minas Gerais), três meninas disseram ter visto um ser estranho, baixinho e de olhos vermelhos, que parecia ser de outro mundo, atravessando um terreno. Segundo elas, a criatura estava abaixada, parecia ser muito mole, com pele lisa e cor marrom, com manchas parecendo veias na pele e algumas protuberâncias na cabeça. E destacavam que não era homem nem animal. 

As meninas saíram correndo e retornaram depois junto com uma das mães, mas não encontraram nada, a não ser uma marca no chão e um cheiro horrível que não souberam descrever. 

Imediatamente, o ser estranho recebeu o nome de ET de Varginha. Pesquisadores voltaram suas atenções à cidade e novos relatos surgiram: criaturas e objetos não identificados, mortes misteriosas, estranhas movimentações e operações militares. Por exemplo, nos dias seguintes, em janeiro, moradores da cidade disseram ter visto uma grande movimentação de carros do Exército, dos bombeiros e viaturas de hospitais. Afirmavam que as criaturas teriam sido levadas a um hospital da cidade, no qual a ala foi isolada, e depois transferidas para a Unicamp. Todos os hospitais negaram a versão. 

Com a repercussão do caso, outros relatos surgiram. Um casal da zona rural de Varginha afirmou ter visto um objeto cinza, grande, com fumaça e sem luz. Ainda em janeiro, um piloto relatou ter avistado um objeto com as mesmas características relatadas pelo casal, quando sobrevoava o interior de Minas Gerais. 

O caso do ET tornou Varginha mundialmente conhecida e, ainda hoje, o fenômeno segue ocupando a posição de protagonista na história do município.

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