entrevista

Nicolas Cruz fala sobre o filme "Pluft, o Fantasminha"

O jovem ator campineiro protagoniza o primeiro filme nacional em live-action com tecnologia 3D

Aline Guevara
20/07/2022 às 21:43.
Atualizado em 21/07/2022 às 08:37
A personagem Maribel, interpretada por Lola Belli, em cena com o campineiro Nicolas Cruz, que deu vida ao fantasminha Pluft

A personagem Maribel, interpretada por Lola Belli, em cena com o campineiro Nicolas Cruz, que deu vida ao fantasminha Pluft

São quase 70 anos entre a publicação da peça teatral "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado, e a estreia da adaptação nacional de mesmo nome que leva os personagens para as salas de cinema. O texto da dramaturga, que aborda a amizade entre duas crianças aparentemente muito diferentes, continua bastante atual, mas as décadas que separam as duas obras possibilitaram uma produção cinematográfica repleta de efeitos visuais para explorar a magia da história. O filme, que visa atingir o público infanto-juvenil, estreia hoje.

O fantasminha Pluft pode até morar em uma casa abandonada à beira da praia, mas seu intérprete, o jovem Nicolas Cruz, de 15 anos, está bem mais próximo. Campineiro de nascimento, hoje o ator mora na cidade de Hortolândia. O Caderno C conversou com Nicolas, que contou sobre sua relação com a obra: "Eu assisti à peça pela primeira vez quando tinha uns cinco anos e fiquei um pouco nervoso quando fui escalado para o filme. É uma responsabilidade grande fazer uma história tão importante para a cultura nacional, clássica, mas ao mesmo tempo fiquei muito feliz". "Pluft, o Fantasminha" mostra a história de Maribel (Lola Belli), uma menina que é sequestrada pelo pirata Perna-de-Pau (Juliano Cazarré) na tentativa de achar o tesouro deixado pelo avô dela, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Enquanto espera por ajuda na casa abandonada onde o capitão morou, a garota conhece Pluft (Nicolas). Existe uma reviravolta, pois, contrariando as expectativas, o fantasminha tem muito medo de pessoas. Mas o filme acompanhará como os dois deixarão de lado o que os divide para desenvolver uma grande amizade. 

"Acho que a maior mensagem do filme é que gente foi feita para ficar junto, independente das diferenças, e que quando nos ajudamos, evoluímos cada vez mais como seres humanos. Essa mensagem ainda é muito atual, talvez até mais hoje do que era quando foi escrita pela Maria Clara Machado", analisa Nicolas. "Pluft, o Fantasminha" ainda tem no seu elenco Fabiula Nascimento, José Lavigne, Arthur Aguiar, Lucas Salles e Hugo Germano.

Filmagens debaixo d'água

Nicolas lembra que ao começarem as gravações do filme, ele acabou "caindo de cabeça" no trabalho. Literalmente. Antes de ganhar o papel de Pluft, o jovem precisou fazer um teste de mergulho na piscina. Isso porque a diretora do filme, Rosane Svartman, utilizaria a filmagem com atores embaixo d'água para dar veracidade para os movimentos dos seus fantasmas. "Eu nunca nem contracenei com a Lola (Maribel), ela era um ponto vermelho na água para mim. Eu só contracenei dentro da piscina com a Fabiula, que faz a minha mãe fantasma na história", conta Nicolas, ao apontar que foi a pós-produção com efeitos especiais do filme que o colocou junto com os demais personagens em uma mesma cena. Ele precisou fazer aula de mergulho, aprendeu técnicas de apneia para segurar o fôlego durante a filmagem e dublava as cenas que interpretava dentro da água. "Foram muitos desafios", reforçou, ao lembrar de todas as etapas da produção.

Tecnologia 100% brasileira

Quando a diretora Rosane Svartman começou a idealizar o filme, entendeu que precisaria usar a criatividade e estudar muito as técnicas alternativas para conseguir criar os efeitos desejados na telona, uma vez que não tinha a tecnologia e orçamento para competir com o que é feito em produções internacionais. Foi lembrando de um dos precursores do cinema, o ilusionista francês Georges Méliès, que ela partiu para testar as filmagens subaquáticas que foram uma das soluções para o filme. Mesmo na utilização dos efeitos 3D, que a cineasta entende como necessários para os movimentos dos fantasmas, ela buscou soluções dentro do que já existia no Brasil. "Fomos atrás de profissionais que tivessem conhecimento dessa linguagem e deu muito certo. Conseguimos registrar no formato que queríamos, com posicionamento dos atores já específicos para o 3D. Tudo isso, inclusive o sistema de som, com profissionais e inteligência nacional. Temos muito orgulho de dizer que o filme é 100% tecnologia brasileira", contou Rosane.

Para conseguir os efeitos necessários, a obra demorou a ser finalizada. Após as filmagens em 2017, "Pluft, o Fantasminha" passou por um período longo de pós-produção para a adição dos efeitos que trariam o visual que a cineasta queria para seu longa. O filme seria lançado em julho de 2020, mas com a chegada da pandemia, foi adiado até que pudesse chegar ao cinema com o uso de óculos 3D oferecendo uma maior segurança para o público. "Eu convido todos a assistir 'Pluft' na telona e prestigiar o cinema nacional. Ir na primeira semana do filme em cartaz é muito importante para determinar se ele vai ficar nos cinemas por mais tempo ou não", convoca Nicolas.

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