SERÍ(E)SSIMA

Netflix acerta de novo com 'Unbreakable Kimmy Schmidt'

Esnobada pela rede NBC, a série criada pela atriz e comediante Tina Fey foi parar no site de streaming e já se mostrou uma das boas surpresas do gênero.

Fábio Trindade
fabio.silveira@rac.com.br
13/03/2015 às 22:19.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:59
Trama de 'Unbreakable Kimmy Schmidt' é ambientada em Nova York e protagonizada por quatro mulheres e um personagem gay ( Divulgação)

Trama de 'Unbreakable Kimmy Schmidt' é ambientada em Nova York e protagonizada por quatro mulheres e um personagem gay ( Divulgação)

Tina Fey é uma das maiores humoristas norte-americanas da atualidade, graças, principalmente, ao sucesso de '30 Rock'. Isso, entretanto, não lhe deu crédito suficiente para emplacar a série 'Unbreakable Kimmy Schmidt' na televisão, visto que o canal NBC, após aceitar o projeto de Tina, que é produtora-executiva, resolveu repassar o produto. A humorista precisou então recorrer à Netflix para ver sua criação (ao lado do roteirista Robert Carlock, de 'Friends') vingar — não que isso seja um problema já que, graças ao serviço de streaming, temos à disposição 'House of Cards' e 'Orange is the New Black', duas produções que figuram em qualquer lista dos melhores seriados da atualidade.   Mais uma vez, a Netflix se mostrou pioneira em suas decisões. Os 13 episódios da 1ª temporada de 'Unbreakable Kimmy Schmidt' foram liberados na semana passada e a comédia simplesmente recebeu as melhores críticas possíveis. E com razão, pois é simplesmente hilária, uma das melhores surpresas dos últimos tempos. No Rotten Tomatoes, famoso site que compila críticas dos principais veículos ao redor do mundo, o seriado acumula 95% de aprovação, com nota 78 de 100. Nada mal para uma comédia que ninguém quis encaixar em sua grade. Assim como '30 Rock', o motivo para tanto sucesso de 'Unbreakable' é o humor afiado, ácido, pronto para atacar e ridicularizar quem passar pela frente, sem qualquer pudor. Um tipo de comicidade que está cada vez mais raro de se ver. Talvez por isso a produção tenha ido parar na Netflix, onde esse tipo de pudor não existe — as duas séries citadas do site exemplificam bem isso, pois uma é sobre o universo político americano e a outra ambientada em um presídio feminino. Kimmy é uma personagem excepcional, interpretada com maestria pela cativante Ellie Kemper ('The Office') — o outro motivo para o sucesso arrasador. Na história, Kimmy e outras três mulheres passaram 15 anos presas dentro de um bunker subterrâneo graças a um reverendo lunático que as convenceu de que o mundo havia sido destruído. Depois que elas são encontradas, Kimmy desiste de voltar para casa e decide recomeçar a vida em Nova York — sim, sempre ela.   Como o nome da série deixa claro, Kimmy é uma mulher forte, apesar da ingenuidade, corajosa, que não quer ser vista como vítima e nunca mais desperdiçar um único dia sequer de sua vida. Para isso, ela conta com a ajuda de seu mais novo colega de quarto, Titus Andromedon (Tituss Burgess, estrela de musicais, divertidíssimo e com uma voz excepcional), um ator gay que sonha estrelar 'O Rei Leão' na Broadway — atualmente, distribui panfletos na Time Square vestido de Homem de Ferro. Há ainda a proprietária do apartamento onde os dois moram, a estranha Lillian Kaushtupper (a ganhadora do Emmy e indicada ao Oscar Carol Kane), tão pirada quanto os dois inquilinos.   A ex-reclusa, e sempre otimista, logo encontra um emprego de babá na casa da ex-índia e atual socialite loira totalmente novaiorquina Jacqueline Voorhees (Jane Krakowski). Lá, ela precisa lidar com o revoltado filho da madame e a enteada adolescente que pensa ser dona do mundo. Sátiras precisas de esteriótipos dessa megalópole. E, só para constatar, qual foi a última série que, dos quatro personagens principais, três eram mulheres? Mais do que isso, o quarto era um homossexual negro? Tina Fey é um gênio.   E, mais uma vez, assim como em '30 Rock', cuidado ao piscar ou rir demais de uma piada. A chance de você perder uma excelente tirada nesse tempo é enorme. E prepara-se para gargalhar com as excentricidades de Kimmy e, como dito, do estilo de vida dos novaiorquinos, que beiram o nonsense a maior parte do tempo. Ou seja, esta é uma série que provavelmente você ainda não dê uma chance na sua enorme lista de prioridades televisivas, mas, assim que assistir um único episódio (apesar do segundo e do terceiro serem ainda melhores que o piloto), vai perceber que perdeu tempo demais até descobrir essa pérola.

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