Música, literatura, palestras e saraus estão na agenda 2023 da ACL

Com auditório lotado, ultrapassando 200 pessoas, a Academia Campinense de Letras (ACL) retomou suas atividades culturais na noite da última segunda-feira, 20, após três anos restritos por causa da pandemia. A abertura solene foi uma amostra do tipo de atividade que a entidade pretende retomar de maneira intensa este ano, como afirma o presidente Jorge Alves de Lima. Aos 81 anos de idade, ele ressalta que não tem muito tempo, por isso quer fazer deste seu último mandato "uma ponte para o futuro".

Esse tipo de evento cultural, que reúne artistas de expressão, com temas históricos e música de qualidade, fará parte da programação mensal da ACL durante este ano, que já prevê a realização de recitais, saraus, lançamentos literários e palestras. A partir de maio serão retomadas as iniciativas de receber alunos de escolas da periferia para assistirem às sessões, como era feito em 2019, com apoio da Secretaria de Educação. E a retomada da distribuição de livros dos acadêmicos para as escolas públicas é outra ação que será retomada este ano, anuncia o presidente. 

No evento, além da palestra do maestro Júlio Medaglia sobre os compositores escravos no século 18, a pianista Sonia Rubinsky - campineira reconhecida mundialmente - fez um concerto com composições de Rachmaninoff e de Villa-Lobos. Antes, instalada nos jardins da Academia, a Banda da Polícia Militar recepcionava os visitantes com sua apresentação, até o hasteamento da bandeira nacional que deu início à cerimônia. "O início das atividades de 2023 da Academia Campinense de Letras, com sua sede ricamente restaurada e com a presença maciça da alta intelectualidade local e demais convidados, demonstrou mais uma vez sua importância na vida cultural da cidade e do país. Sob a liderança inquieta, inteligente e provocadora de Jorge Alves de Lima, ela demonstra cada vez mais sua importância em nossa movimentação artística. Campinas está de parabéns", afirmou Júlio Medaglia, que é membro da Academia Paulista de Letras e da Academia Nacional de Música.

A entidade foi fundada em 1956 para reunir os literatos da cidade e é composta por 40 cadeiras de acadêmicos vitalícios. A sede atual, na Rua Marechal Deodoro, 525, foi construída em 1976 e o prédio é de propriedade da Prefeitura Municipal.

Neste evento de retomada da agenda, o presidente da ACL aproveitou para mostrar as reformas feitas durante o recesso. Entre elas, o ajardinamento com projeto paisagístico, a nova iluminação interna e externa, e um completo sistema de câmeras de segurança. 

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades locais, entre elas a secretária de Cultura Alexandra Capriolli e o prefeito Dário Saadi, que recebeu um troféu em gratidão pela parceria com a entidade. Em seu pronunciamento, o prefeito afirmou que a cultura é fundamental para a vida dos cidadãos e a ACL desenvolve um papel fundamental para o setor em Campinas. "É uma alegria estar aqui entre artistas e tantas pessoas importantes para a cultura da nossa cidade. Venho aqui demonstrar minha gratidão por todo o trabalho feito. Que esse ano seja brilhante do ponto de vista de atividades para a academia", afirmou