O quarteto vocal MPB4 criou o Coletivo MPB4 e, a partir dele, faz uma transmissão integral do show que apresentava antes da pandemia
O quarteto vocal MPB4 criou o Coletivo MPB4 e, a partir dele, faz uma transmissão integral do show que apresentava antes da pandemia: Você Corta Um Verso, Eu Escrevo Outro. Com versos como os do nome deste show, o MPB4 gravou em 1972 a canção Pesadelo, de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro. Apesar da letra explicitamente contestadora, a música foi liberada pela censura num drible de craque que os autores deram nos censores da época. Assim como o MPB4, diversos cantores e compositores tiveram suas canções censuradas durante o período da ditadura militar. Durante a transmissão, nesta sexta, 8, às 19h, na página do MPB4 no YouTube, o público será informado sobre como contribuir para o Coletivo. “Mas já adianto que será tudo na base do ‘você paga o quanto achar que vale’”, diz Aquiles Reis, vocalista do grupo e criador do roteiro do espetáculo. O valor das contribuições será dividido igualitariamente entre os 15 integrantes do Coletivo MPB4. “Esses tempos sombrios que viveram nosso país e nossa música não podem ser esquecidos. Lembrar e cantar esses tempos é a melhor forma de fazer com que não voltem nunca mais”, afirma Aquiles. Com 50 anos de carreira, o MPB4 conseguiu, com uma trajetória ininterrupta e coerente, contar e cantar a história recente da música brasileira através de suas quatro vozes. O roteiro de Aquiles Reis mistura canções já gravadas pelo grupo como a já citada Pesadelo e outras como Partido Alto (Chico Buarque) e Agora é Portela 74 (Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro) e músicas de autores como Geraldo Vandré, Zé Keti e Sergio Ricardo. Além das canções, o MPB4 contará, após pesquisar o vasto material disponível sobre o tema, algumas histórias da censura na MPB e cantará canções que marcaram a luta pela liberdade e pela democracia no Brasil. Aquiles explica que o Coletivo MPB4 reúne 14 profissionais, desde técnicos de som (Ricardo Pinto) e de luz (Moacyr Senna), os vocalistas do grupo (Miltinho, Aquiles, Dalmo Medeiros, Paulo Pauleira), duas cantoras, Barbara Rodrix e Cláudia Castelo Branco, o produtor Marcelo Cabanas, o guitarrista Pedro Reis, o contrabaixista João Faria, o batera Marcos Feijão, o responsável pelas mídias, Beto Feitosa, e o Retiro dos Artistas. “Neste momento em que o fascismo mostra a carantonha desavergonhada e ameaçadoramente, através de atos e falas de um presidente louco e genocida e seus asseclas, há de haver um contraponto às ameaças antidemocráticas. Certo disso, começo me posicionando: sempre fui e continuo a ser, e agora mais do que nunca, um defensor da democracia e da legalidade. Certo também estou que seremos nós, os caras que sempre batalharam em defesa da Constituição, que nos juntaremos neste momento em que ela corre o risco de ser golpeada”, aponta Aquiles. A ação do MPB4 revela no show Você Corta Um Verso, Eu Escrevo Outro momentos tenebrosos da nossa história recente.“Sabemos que cantar é um recurso poderoso para abrir caminhos e mostrar que sempre há esperança. Nesta transmissão, o MPB4 cantará pela liberdade de expressão, contra a ameaça fascista, contra a ditadura e a censura.” AGENDE-SE O quê: Coletivo MPB4 – Show Você Corta Um Verso Eu Escrevo Outro Quando: Hoje, às 19h Onde: Canal do MPB4 no YouTube Quanto: Contribuição espontânea