SÃO PAULO

Mostra traz a genialidade de artistas italianos

'Grandes Mestres - Leonardo, Michelangelo e Rafael' traz obras-primas de valor universal, como a Capela Sistina e o Homem Vitruviano, representadas por réplicas

Delma Medeiros
21/04/2016 às 16:45.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:53
A cúpula da Capela Sistina está entre as obras da exposição 'Grandes Mestres - Michelangelo, Leonardo e Rafael' r
 (Nilton Santana/Divulgação)

A cúpula da Capela Sistina está entre as obras da exposição 'Grandes Mestres - Michelangelo, Leonardo e Rafael' r (Nilton Santana/Divulgação)

Não é a obra original, mas ser recepcionado na exposição 'Grandes Mestres - Leonardo, Michelangelo e Rafael' pela enorme réplica da estátua de Davi, de Michelangelo, é de tirar o fôlego. A exposição interativa, em cartaz até 8 de maio no Espaço Cultural Porto Seguro (ECPS), em São Paulo, propõe um mergulho artístico no período renascentista por meio da obra de três de seus principais representantes: Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Rafael. A réplica de Davi, em tamanho real, com cinco metros de altura e 800 quilos, reproduz o realismo anatômico impressionante da obra, um ícone histórico, feita em mármore de Carrara, no original. São quase inacreditáveis os detalhes mostrados na obra, a musculatura, as costelas, a tensão do herói. “A proposta do ECPS é ser um local de encontro. O espaço foi pensado para permitir ao público vivenciar uma experiência estética. Nesse sentido, a exposição 'Grandes Mestres', que inaugurou a área expositiva, além da visitação gratuita, oferece visitas temáticas, cursos e oficinas que remontam ao período abordado”, explica a artista plástica e diretora executiva do espaço, Angela Barbour. No piso térreo há ainda uma linha do tempo com a história e contexto dos artistas renascentistas. Subindo um lance, mais uma maravilha em mármore de Carrara, a 'Pietá', de Michelangelo, que representa a Virgem Maria segurando e velando o filho morto. A delicadeza e sensibilidade contidas na obra emocionam às lágrimas. Concebida por Alessandro Vezzosi e Francesco Buranelli, respectivamente, especialistas em Da Vinci e Michelangelo, e produzida pelo sueco Mats Rönngard, a mostra convida o público a conhecer os processos de produção dos mestres do Renascimento por meio de réplicas em tamanho original ou de reproduções interativas de obras que não podem circular por suas grandes dimensões, seu valor inestimável ou pela imobilidade, por estarem inseridas na arquitetura dos prédios que as abrigam. No subsolo, uma reprodução gigante do afresco 'A Escola de Atenas', introduz ao universo de Rafael, conhecido como o homem de muitos talentos. Outros quadros do pintor podem ser conferidos em uma tela de led. O salão traz ainda fotos e maquete da cúpula da Basílica de São Pedro e um arco interativo para mostrar o princípio utilizado por Michelangelo para a construção da basílica. Modelos de artefatos construídos a partir dos desenhos originais de Da Vinci, como a catapulta, ornitóptero (precursor da asa delta), polias, barcos, pontes, guindastes, carro blindado, dão uma boa ideia da genialidade do cientista, matemático, engenheiro, inventor, pintor, escultor e arquiteto, considerado, com justa razão, como um dos artistas mais importantes da humanidade. Há ainda réplicas dos estudos de anatomia de Da Vinci, a reprodução da Santa Ceia e do Homem Vitruviano, em que, por meio de uma gigantografia do famoso desenho, o público pode brincar fazendo proporções do próprio corpo. Um vídeo revela ainda quem é o homem que serviu de modelo para Leonardo. Todos os espaços contam com telas computadorizadas com informações sobre as obras e o processo criativo dos artistas. Em outra sala, uma reprodução em escala da Capela Sistina dá uma ideia do desafio enfrentado por Michelangelo para produzir o trabalho e permite uma imersão na quantidade de detalhes dessa obra-prima. Na tela, informações sobre os temas escolhidos pelo artista: 'Três Histórias de Noé' (a embriaguez, o dilúvio e o sacrifício), 'A Criação e a Perdição de Adão e Eva' (a criação de Adão, a criação de Eva e a tentação e expulsão de ambos do paraíso), 'A Criação' (separação da terra e das águas, a criação do sol, da lua e da terra e a separação da luz e escuridão). Oficinas Ao término da visitação, é possível viver uma experiência prática e aprender sobre algumas técnicas que os mestres usavam. “A primeira é de desenho em ponta de prata, já que na época o lápis ainda não havia sido criado (surgiu no século 17) e os artistas usavam a ponta de prata sobre uma superfície especialmente preparada com cola de coelho”, explica Angela Barbour. Outras técnicas apresentadas e que podem ser vivenciadas são de pintura com extrato de nogueira em suas várias nuances; a sanguínea, de tons avermelhados remetendo ao barroco, com giz feitos de óxido de ferro, e de têmpera de ovo, em que as tintas são misturadas à gema do ovo, técnica utilizada por Da Vinci no quadro A Última Ceia. Para atender ao público, foi formada uma equipe educativa composta por monitores e orientadores. Os visitantes também pode solicitar um audioguia para obter mais detalhes das obras. O programa educativo do Espaço Cultural Porto Seguro é vinculado às temáticas nas exposições temporárias e desenvolve cursos e workshops para profissionais de arte, visitantes em geral e escolas. O Espaço Cultural Porto Seguro é parte do Complexo Cultural Porto Seguro, que abriga, em um mesmo quarteirão, o Teatro Porto Seguro, o setor administrativo, o Gemma Café e o restaurante Gemma, que funciona todos os dias no almoço e com happy hour de quarta a sexta. “A proposta é oferecer uma experiência artística completa”, afirma Angela. Mais informações sobre cursos e oficinas no site www.espacoculturalportoseguro.com.br

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