ARTES PLÁSTICAS

Mostra no Sesc promove um mergulho na arte

Exposição que traz seleção de obras da 30ª Bienal de São Paulo abre neste sábado ao público

Delma Medeiros
20/04/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:35
Tela de Alberto Bitar, sem título, que integra a mostra de obras da 30ª Bienal de São Paulo, em cartaz no Sesc Campinas  (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Tela de Alberto Bitar, sem título, que integra a mostra de obras da 30ª Bienal de São Paulo, em cartaz no Sesc Campinas (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Pela segunda vez consecutiva, graças a uma parceria entre a Fundação Bienal de São Paulo e o Sesc São Paulo, chega a Campinas uma seleção de obras da Bienal de São Paulo, cuja 30a edição foi realizada no ano passado. Com o subtítulo 'A Iminência das Poéticas', a exposição recebeu 520 mil visitantes no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, entre setembro e dezembro do ano passado. De acordo com o curador da Bienal, o venezuelano Luiz Pérez Oramas, o recorte que definiu as peças a serem expostas em Campinas e outras três cidades do Interior do Estado foi feito em conjunto com as unidades Sesc. “Ao contrário do que ocorreu na bienal anterior, essa itinerância começou a ser acertada desde o começo da exposição em São Paulo, sem esperar o final da mostra. Assim, foi possível pensar as itinerâncias a partir de uma parceria ativa com o Sesc, considerando os espaços disponíveis, as condições de cada um entre outros detalhes”, explica Oramas.

O diretor do Sesc-Campinas, Evandro Marcus Ceneviva, explica que, para abrigar a mostra, o Sesc locou um antigo galpão ao lado da unidade e o adaptou conforme as orientações da curadoria. “Foram 30 dias de adequações do prédio considerando os quesitos de segurança, mas preservando sua essência que, segundo os curadores, fazem um interessante diálogo com as obras expostas”, informa Ceneviva, citando que a mostra é também um processo educativo que conta com 30 monitores para explicar sobre o processo de criação e desenvolvimento das obras aos visitantes.

“O galpão abandonado foi renovado e decidimos a série de obras a partir das relações entre elas e seu recorte com os aspectos poéticos, da paisagem e das condições transformativas da arte com o potencial de interligações que cria”, afirma Oramas, lembrando que a mostra abrange três segmentos: arte, fotografia e videoarte. Segundo ele, a ideia é tirar a arte de seu espaço tradicional. Sobre a proposta da Bienal de São Paulo, Oramas cita que ela não teve um tema, mas sim um motivo, usado como pretexto para o desenvolvimento das variações possíveis. “A Iminência das Poéticas (nome da mostra paulistana) traz um conceito de atemporalidade, de vivermos sem saber o que vai acontecer num mundo cada vez mais imprevisível, ao mesmo tempo em que mostra como as obras de arte se renovam.”

Segundo Oramas, a mostra campineira traz nomes de destaque do cenário artístico internacional, como o norte-americano Allan Kaprow (1927-2006), que nos anos 50 criou uma série de ações aparentemente aleatórias, mas cuidadosamente coreografadas e inaugurou um processo que o conduziria à produção de experiências que desafiavam a postura do espectador diante de sua arte. “Ao lado dele temos artistas mais jovens como Thiago Rocha Pitta (1980) e Nydia Negromonte (1965).”

Nydia, por exemplo, que em São Paulo ocupou uma sala de 200 m² e levou 11 trabalhos, traz para Campinas uma instalação hidráulica, chamada Hídrico Episódios. A instalação consiste em duas torres, de 10 e 3,6 metros, que sustentam duas caixas d’água que abastecem outros tanques e chuveiros. “É uma obra interativa, em que o visitante pode tomar um banho de chuveiro, lavar as mãos, molhar o rosto, ou simplesmente observar o percurso da água, outra maneira de acessar o trabalho”, explica Nydia. A itinerância tem patrocínio da Petrobras e parceria local com a Secretaria Municipal de Cultura e Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa).

Serviço

30a Bienal de São Paulo - Seleção de Obras

A partir deste sábado (20) até 30/6, de terça a sexta, das 9h30 às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

No Galpão ao lado do Sesc-Campinas (Rua D. José I, 270/333, Bonfim, fone: 19 3737-1500)

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