luto

Morre Fernando Lopes, renomado pianista

Campinas chora nesta sexta-feira (8), a perda do renomado pianista Fernando Lopes, aos 83 anos, um dos maiores instrumentistas brasileiros

Daniel de Camargo
08/03/2019 às 11:22.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:12

Campinas chora nesta sexta-feira (8), a perda do renomado pianista Fernando Lopes. Aos 83 anos, um dos maiores instrumentistas brasileiros que, entre outros, lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), morreu no Centro Médico. Segundo Bruno Lopes, filho do artista, o pai estava bastante debilitado em decorrência de uma encefalopatia hepática. Em 2018, o músico descobriu, em um exame de rotina, que estava com um câncer no fígado. De lá para cá, o tratamento com remédios experimentais e quimioterapia o enfraqueceu bastante. O velório acontece entre as 8h30 e 16h, no Cemitério dos Amarais, onde Lopes será cremado. "Como pai ele foi excepcional. Como músico, posso dizer que o Brasil perdeu um dos seus três grandes pianistas", disse Bruno Lopes, analisando que apenas Nelson Freire e Arthur Moreira Lima, compartilham da mesma capacidade musical. Além de Bruno, Fernando Lopes deixa o filho David, fruto do casamento com Eloisa Silva Lopes - sua segunda esposa. Do primeiro casamento, o pianista deixa o filho Ricardo Augusto e, por fim, Ana Maria Lopes, sua cônjuge há 35 anos. Fora os amigos e inúmeros admiradores. FERNANDO LOPES Fernando Lopes cuja formação se deve aos eminentes mestres Arnaldo Estrella, Magda Tagliaferro e Bruno Seidlhofer, começou a se destacar em 1957. Na ocasião, ganhou notoriedade após se apresentar nos Concursos Internacionais do Rio de Janeiro, competição que contou com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek. Em 1961, levou o Grande Prêmio Schelling, concedido pelo Comitê de Organização de todo o Concurso Internacional, com sede na Suíça. Como educador, lecionou na Universidade Federal da Bahia (UFBA), dirigindo a Escola de Música e Artes Cênicas, e na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde se aposentou como professor titular. Era ainda membro da Academia Campineira de Letras e Artes (ACLA). Dentre suas inúmeras gravações, destacam-se os Cinco Concertos para piano e orquestra de Villa Lobos, com a Orquestra Sinfônica de Campinas; as Sonatas para piano (completas), de Mozart; as Cartas Celestes, de Almeida Prado; as obras para piano de Carlos Gomes; e Música de Vanguarda de Compositores Brasileiros, dentre outras. Além do Brasil, se apresentou em países como Alemanha, Áustria, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Portugal e Romênia, sempre com amplo sucesso de público e da crítica especializada. Em Orquestras Sinfônicas, foi solista sob a batuta de Karabtchewski, Eleazar de Carvalho, Howard Mítchell, Jean Meylan, Ludovic Bacs, entre outros. Em 2003 recebeu o prêmio de melhor instrumentista do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte.

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