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Morre Fernando Botero, o artista das formas volumosas

Aos 91 anos, o figurativista colombiano que criou um estilo próprio chamado "boterismo" estava em sua casa, em Mônaco

Cibele Vieira/ cadernoc@rac.com.br
16/09/2023 às 10:57.
Atualizado em 16/09/2023 às 10:57

Conhecido como “o pintor dos gordinhos”, Botero morreu em sua residência, cinco meses após sua esposa (Divulgação)

O volume nas formas sensuais sempre caracterizou o estilo do pintor, escultor e desenhista colombiano Fernando Botero, que morreu nesta sexta-feira, 15, aos 91 anos. Autodidata, começou a trabalhar no final da década de 1940 e ganhou fama e popularidade a partir dos anos 1990, graças às pinturas e enormes esculturas de bronze expostas pelo mundo. Os meios de comunicação colombianos noticiaram que o artista apresentava problemas de saúde e passou alguns dias internado em um hospital no norte de Itália, onde vivia há décadas, por conta de uma pneumonia, mas pediu para ser transferido e ir para casa nos últimos dias. Sua esposa, a artista Sophia Vari, morreu há cinco meses.

Botero iniciou sua carreira como ilustrador e chargista do jornal El Colombiano no final da década de 1940. Enquanto trabalhava, passou a ser influenciado pela obra do italiano Piero della Francesca (1415-1492), de onde nasceu o estilo inconfundível chamado posteriormente de "boterismo". Suas artes com figuras rechonchudas representavam críticas sociais sobretudo a respeito da ganância humana. Ele declarou em uma entrevista que sua pintura era "fundada sobre temas afetivos", para refutar a fama popular de ser o "pintor de gordinhos". Botero foi associado a uma arte lúdica que tinha bom-humor e tons de surrealismo, mas o artista dizia que seu estilo dava "protagonismo ao volume, o tornava mais plástico, mais monumental, quase uma comida, por assim dizer, arte comestível. A arte deve ser sensual, digo nesse sentido", comentou certa vez. 

Nascido em Medelín, onde tem muitas obras em praças e pontos turísticos, foi na capital colombiana Bogotá que o artista fez sua primeira mostra internacional. Depois morou na Espanha, na Itália, nos Estados Unidos e no México, onde sua obra ganhou um teor social e político. Segundo avaliações do mercado das artes, Botero tornou-se, nos últimos anos, o pintor vivo mais popular e mais vendido do mundo. Nas redes sociais, o presidente colombiano Gustavo Petro lamentou a morte de Botero e exaltou sua importância para as artes e para o país: "Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e defeitos, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e paz". Até o fechamento desta edição não havia informações sobre o funeral.

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