O artista gráfico autodidata tinha mais de 40 anos de carreira e no portfólio a criação de mais de 360 capas de discos de grandes nomes da música brasileira
O talento de Elifas Andreato era reconhecido principalmente pelas capas de discos icônicas que produziu ao longo de sua carreira; corpo do artista foi cremado em São Paulo, onde vivia desde 1960 (Reprodução)
O designer, ilustrador e compositor Elifas Andreato faleceu ontem em São Paulo, aos 76 anos. Com mais de 40 anos de atividade como artista gráfico autodidata, tinha um traço poético com profundo sentido social, o que definiu seus trabalhos como um ícone de uma geração que protestava, por meio da arte, contra a ditadura militar nos anos 1970.
Ele foi o maior capista da geração do vinil, chegando a produzir para 362 discos de cantores de diferentes estilos como Chico Buarque, Elis Regina, Martinho da Vila, Vinicius de Morais, Paulino da Viola, Adoniran Barbosa e Jessé.
Elifas ilustrou também obras da literatura brasileira e produziu peças de grande qualidade artística, com projeção internacional e reconhecimento no mundo inteiro. Criou também cartazes, gravuras e ilustrações, e foi diretor editorial do Almanaque Brasil de Cultura Popular, revista distribuída para assinantes, em bancas e, também, a bordo das aeronaves da companhia aérea TAM. Trocou o ambiente corporativo da Editora Abril, onde trabalhou em várias publicações, pela atuação política na imprensa alternativa, como os jornais Opinião e Movimento e da revista Argumento.
Nascido em Rolândia, PR, residia na capital paulista desde 1960. Morreu após complicações de um infarto, segundo informações de familiares.