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Mombojó e Baleia são mais duas boas opções do Lollapalooza

Em comum entre os dois grupos, a vontade de experimentar, a fuga de rótulos fáceis e um gosto eclético que vai do tradicional ao sintético, sem trancos

Agência Estado
22/03/2015 às 18:32.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:35
Há 14 anos na estrada, a banda recifense Mombojó chega ao Lollapalooza com status de clássico contemporâneo do rock independente brasileiro ( Divulgação)

Há 14 anos na estrada, a banda recifense Mombojó chega ao Lollapalooza com status de clássico contemporâneo do rock independente brasileiro ( Divulgação)

Há 14 anos na estrada, a banda recifense Mombojó chega ao Lollapalooza com status de clássico contemporâneo do rock independente brasileiro: herdeiros diretos do manguebeat, incluíram na lama do manguezal influências eletrônicas e o indie daquele início de século 21 para lançar cinco álbuns, incluindo o mais recente Alexandre.Já os cariocas da banda Baleia desembarcam com um misto de agradável novidade (o primeiro álbum, "Quebra Azul", é de 2012) e reconhecimento no meio.Em comum entre os dois grupos, a vontade de experimentar, a fuga de rótulos fáceis e um gosto eclético que vai do tradicional ao sintético, sem trancos.A ideia que o Mombojó perseguiu no álbum "Alexandre", de 2014 - que teve excelente recepção crítica -, foi a de se desprender de um formato. Já acostumados a compor, ensaiar e ir para o estúdio gravar, a banda se propôs uma nova lógica de trabalho."Pensamos: vamos para o estúdio e vamos fazendo ali na hora, mexendo, editando, usando muito mais edição dos computadores", explica Chiquinho, o cara por trás do teclado e sintetizador da banda. "Queríamos nos desprender do formato de canções a que estávamos acostumados, fazer músicas com menos palavras, mais contínuas, sei lá", conta, bem-humorado. Deu certo. Ao mirarem na liberdade, acertaram no vigor de um projeto que hoje aparece autêntico e sem deixar de prestar tributos às referências da carreira.E das duas principais: o baixista Dengue, da Nação Zumbi, é creditado numa das faixas ("Cuidado, Perigo!") e a francesa Lætitia Sadier, líder da ousada Stereolab, paixão confessa de Chiquinho e do Mombojó e de gente como o pessoal do Sonic Youth, Pavement e Blur, também teve participação ativa em uma das faixas de "Alexandre"."Apesar de ser um disco que a gente fez desprendido, mais arriscado, de uma forma mais doidona, para se divertir, foi um disco que a crítica considerou mais maduro", comemora o tecladista sobre o bom sinal. Além de Chiquinho, o Mombojó é Felipe S, Marcelo Machado, Vicente Machado e Missionário José.Os ventos favoráveis também parecem estar soprando na carreira da banda Baleia, que em 2014 lançou o EP "Ao Vivo no Maravilha8" com quatro canções do primeiro álbum e uma versão que mistura "Noite de Temporal", de Dorival Caymmi, com "Little by Little", do Radiohead."A gente amadureceu tanto quanto as músicas", explica um dos vocalistas da Baleia, Gabriel Vaz - Sofia Vaz, Cairê Rego, David Rosenblit, Felipe Ventura e João Pessanha completam o grupo, com sede no Rio."A maior parte de nós nunca tinha de fato feito e lançado um disco, se lançado no mercado musical, então esse já foi um processo de descobrimento", explica, estendendo as questões também para os shows ao vivo. "A gente faz melhor o que quer fazer, hoje." Após os shows, a banda pretende se reunir para entrar no processo de composição de um novo disco. "Estamos descobrindo e tentando entender o que vai ser", diz Vaz.Baleia abre o palco principal do Lollapalooza às 12h05 de sábado 28. Mombojó toca às 13 h de domingo, dia 29.

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