em campinas

Modernismo por mãos e olhares da juventude

Exposição "Arte Moderna Através de Nós" apresenta obras de jovens que, sob orientação da artista visual Ana Bittar, revisitam o movimento artístico e criam algo único

Aline Guevara/ cadernoc@rac.com.br
19/10/2022 às 15:47.
Atualizado em 19/10/2022 às 15:47

Na mostra são apresentadas 16 telas pintadas em guache sobre o papelão e com acabamento de giz e cola branca; os artistas usaram materiais acessíveis para criar obras únicas inspiradas por grandes nomes do Modernismo (Divulgação)

A arte é uma mola propulsora para o jovem descobrir o seu potencial. É o que acredita a artista plástica Ana Bittar, que está à frente da mostra "Arte Moderna Através de Nós", exposta gratuitamente na Casa do Lago até dia 28 de outubro. Mas não são dela as 16 obras trazidas para o espaço e sim do grupo de jovens artistas que, sob sua orientação, desenvolveram pinturas depois de meses de estudos a partir das mesmas inspirações de grandes nomes do movimento de Arte Moderna. Depois de deixar a Casa do Lago, a exposição vai para a Academia Campinense de Letras, onde fica de 1 a 30 de novembro, também com entrada franca.

"Eu defendo o papel da arte na vida da criança e aqui nós acreditamos nela para desenvolver o potencial do ser humano", explica Ana, que tem mais de 30 anos de experiência como artista, sobre este projeto que desenvolveu junto à ONG Grupo Primavera, estabelecida no bairro Jardim São Marcos. Ao longo de oito meses ela ministrou aulas de arte para 14 jovens da instituição, de 12 a 15 anos, que até então não tinham grandes conhecimentos no assunto. Para desenvolver o lado artístico dos alunos, ela utilizou uma metodologia de exercícios fáceis de desenho, uma linguagem mais próxima ao dia a dia deles através de animes e mangás, atividades explorando os sentidos de cada um até, por fim, chegarem a lições sobre a história da arte e a importância de obras desenvolvidas durante o movimento modernista, que celebra em 2022 seu centenário no Brasil.

Ana conta que o Modernismo trouxe uma liberdade para os artistas da época de expressar o que sentiam, e trouxe para a sala de aula estudos de clássicos como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Os alunos tiveram um aprendizado profundo sobre como o papel dos artistas mudou uma vez que passaram a expressar o que sentiam e trouxeram à tona o que a população pensava diante do que ocorria no seu país e no mundo. "Vemos, por exemplo, Picasso pintando o horror da guerra em 'Guernica'. Ou o Di Cavalcanti pintando o negro e a miséria, trazendo a sensação do momento em que ele vivia".

Foi só depois de toda essa preparação artística e aprofundamento histórico que cada um dos alunos desenvolveu a sua própria obra de arte, expressando através dela seus sentimentos e realidade, com traços que desenvolveram como artistas, assim como os modernistas haviam feito. "Este projeto e a exposição foram realizados de forma bem direcionada, para que eles pudessem entender o porquê das coisas e daí sim, pintar o que sentissem. O jovem de hoje é livre para falar o que tem vontade, e precisamos dessa liberdade, mas ao mesmo tempo os meus alunos estão se educando para a verdade. Não estão pintando sem saber, mas construindo um trabalho", expõe Ana.

Arte para todos

A tela das obras é papelão, de um metro por 80 centímetros. A tinta, o guache comum, e acabamentos em caneta com tinta permanente, giz de cera e cola branca. Estes foram os materiais usados nas obras da exposição "Arte Moderna Através de Nós". "Uma batalha minha é mostrar que com uma folha de papel sulfite e um grafite é possível dar asas à imaginação e ficar livre através do desenho", afirma Ana sobre a importância de se criar arte com materiais acessíveis e disponíveis para todas as pessoas, reforçando o papel fundamental da arte na vida de todos. "Você pode criar uma obra a partir da tampa de papelão da caixa de pizza. Eu tenho trabalhos meus com esses materiais", completa ela.

PROGRAME-SE

Exposição "Arte Moderna Através de Nós"

Quando: até 28/10, de terça a sexta, das 10h às 17h e aos sábados, das 10h às 14h

Onde: Casa de Vidro, Avenida Dr. Heitor Penteado, 2145, Parque Taquaral

Quando: de 01 a 30/11, de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h

Onde: Academia Campinense de Letras, Rua Marechal Deodoro, 525, Centro

Entrada franca

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