Evento que ocorre nesta quinta-feira, dentro do espaço da Senzala na Hípica, terá apresentações de músicas intercaladas com declamações feitas por ex-alunas da professora
Além do grande talento na declamação, Maria Sylvia Ferraz e Silva era também muito ligada à música e dava aulas de violão em Campinas (Arquivo pessoal)
Por seu grande talento na declamação, Maria Sylvia Ferraz e Silva ganhou renome nacional e trouxe destaque para Campinas na área. Ela era frequentemente citada pela atriz Regina Duarte como a pessoa que lhe ensinou “o valor das palavras”. Em 2024, completam 10 anos que Maria Sylvia faleceu, aos 86 anos. Nesta quinta-feira, alguns outros artistas que fazem parte do legado que ela deixou organizam um evento de declamação em sua homenagem. O encontro acontece no espaço da Senzala, na Sociedade Hípica de Campinas, a partir das 20h, destinado a convidados e aos associados do clube.
“A arte da declamação que minha mãe ensinava não era simplesmente a leitura, mas a ênfase nas palavras, atenção às sílabas. A pessoa que estava ouvindo tinha que entender bem e depois se emocionava com o texto. Minha mãe também sempre foi muito ligada à música, era professora de violão e deu aula para muita gente em Campinas”, explica o filho da artista José Augusto Ferraz, tecladista e um dos organizadores do evento. Ele conta que, durante aproximadamente 1h30, o evento vai trazer as duas paixões artísticas de Maria Sylvia.
O encontro começa com o próprio José Augusto interpretando a canção “Recorda-te?”, de Heitor Silva, e seis composições serão intercaladas com as apresentações de seis declamadores. Quatro deles são ex-alunas de Maria Sylvia: Geni Fuzato Dagnoni, Rachel A. de Araújo Teixeira, Lisa França e Claudia Regina Brockof. O tecladista lembra que o grande poeta campineiro Guilherme de Almeida era um dos preferidos da mãe, portanto, quase toda a declamação do evento será composta de poemas dele.
Durante sua vida, Maria Sylvia teve passagens por diversos espaços culturais de Campinas, como o Teatro Castro Mendes, o Teatro de Arena e o Centro de Ciências, Letras e Artes, sempre declamando. “Muito dessa área de declamação em Campinas se perdeu depois que minha mãe se foi e um dos objetivos da homenagem a ela é também trazer de volta esse interesse”, acrescenta.