Menino artista enfrenta o monstro

Uma lenda chinesa sobre um menino desenhista serviu de inspiração para a peça O Dragão de Fogo, espetáculo que é para todas as idades, mas criado para alcançar também as crianças. “Desde o início pensamos num espetáculo para crianças, mas com a preocupação de fugir do estereótipo de peça infantil. O dramaturgo (inglês) Peter Brook dizia que não existe teatro infantil, mas espetáculo que criança pode ver. É este o caso”, afirma Eduardo Okamoto, idealizador do projeto, que reúne uma equipe de grandes profissionais do teatro. Em cena, Okamoto divide o palco com os atores Esio Magalhães e Luciana Mizutani. Na história, uma aldeia da antiga China é atacada por um dragão que estava adormecido há séculos. Pela tradição da aldeia, é feito um sorteio para decidir quem vai enfrentar o dragão e salvar o vilarejo. Ao contrário do que se esperava, o sorteado não é um guerreiro, mas um menino desenhista, chamado Shun Li, de 7 anos. Ele tem que descobrir como chegar ao dragão e como vencer os desafios que o monstro coloca para voltar a dormir e parar de queimar a aldeia. Inspirada na linguagem da Ópera de Pequim, a montagem reúne atuação, circo, dança, música. “Outro detalhe é que, apesar do menino ser desenhista, ele não usa papel e lápis, os desenhos são feitos pelo corpo dos atores, em três dimensões”, diz Okamoto. Para isso foi importante a preparação corporal de Luciana Mizutani, campeã paulista e vice-campeã brasileira em várias modalidades de kung fu, que usou seu conhecimento em artes marciais para criar os movimentos do espetáculo. Okamoto lembra ainda que o dragão não representa o mal. “Ele significa crise, seja econômica, ética, ecológica. Como as crises, o dragão não pode ser destruído, apenas controlado. Pode ficar um tempo adormecido e voltar a atacar”, explica. Segundo o ator, o fato do dragão ser enfrentado por uma criança, significa renovação. “E por ser um menino desenhista, reforça o sentido de renovação pela arte”, afirma Okamoto. AGENDE-SE O quê: O Dragão de Fogo Quando: Domingo e 2/4, às 16h Onde: Teatro do Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270, Bonfim, fone: 3737-1500) Quanto: De R$ 5,00 a R$ 17,00