Os meios, literário e do direito, receberão no próximo mês uma obra que, segundo o autor, é resultado de uma aventura quixotesca que se estendeu
Os meios, literário e do direito, receberão no próximo mês uma obra que, segundo o próprio autor, é resultado de uma aventura quixotesca que se estendeu ao longo de mais de 40 anos. No dia 4 de novembro próximo, será lançado em Sessão Solene da Academia Campinense de Letras (ACL), o livro Comentários ao Código de Hamurabi, o Rei do Direito e da Justiça. O autor, Carlos Alberto Marchi de Queiroz, membro da ACL, desde os idos de 1964 sofreu o impacto do fascínio exercido por Hamurabi. O mesmo fascínio envolvia, na época em que iniciava a Faculdade de Direito, o Professor Doutor Milton Duarte Segurado. O mestre citava amiúde o velho rei da Mesopotâmia. Não era para menos. Hamurabi, um homem muito à frente de seu tempo, inovou no Direito, defendendo principalmente a dignidade e a felicidade da mulher. A sua obsessão pela justiça fez com que reunisse numa única estela, um cilindro de diorito negro, toda a legislação esparsa pelo reino, escrita em caracteres cuneiformes, em tabuletas de argila seca ao sol. Os mesmos caracteres foram utilizados pelos lapicidas para gravar no grande cilindro os 282 artigos daquele que viria a ser conhecido como o Código de Hamurabi, o primeiro Código Penal de que se tem notícia. Muitas foram as decifrações e traduções desse código. A leitura delas, feita pacienciosamente nos idiomas originais, italiano, francês e inglês para que não fosse conspurcada, foi apenas uma das tarefas a que se impôs o autor ao pretender transformar em realidade o sonho de ver reunidos em livro seus comentários sobre o Código de Hamurabi. As visitas ao Museu do Louvre, em Paris, onde por cinco vezes esteve diante do célebre monolito, atestam a ânsia do autor de procurar nos escaninhos da história algo que talvez houvesse escapado à minuciosa observação de seus estudiosos. A missão, como se vê, foi quixotesca no que se refere ao sonho e hercúlea no que diz respeito à força de trabalho empregada para levá-la a cabo. Os comentários em si, além de extensa reflexão, envolvem análises comparativas e adaptação à linguagem atual, buscando facilitar a compreensão de leigos e de profissionais do direito. O autor, Carlos Alberto Marchi de Queiroz, ao longo de sua trajetória literária, já deu a público a impressionante marca de 25 livros. Tem mestrado e doutorado em Direito Penal pela Universidade São Paulo (USP). Professor titular de Direito penal em 11 Faculdades Paulistas, aposentou-se em 2013. Seu currículo é tão extraordinário que mereceria um outro artigo para conhecê-lo e analisá-lo. Neste momento, porém, me atenho à oportunidade que têm os amantes da literatura e do Direito de ter em mãos obra de tão alto quilate. Presta Marchi de Queiroz um serviço duplo ao leitor: páginas de puro deleite literário e o conhecimento trazido por tão fascinante tema. Há que ter determinação, ousadia, foco e capacidade mental para elaborar semelhante trabalho. Somos todos gratos. AGENDE-SE O quê: lançamento do livro Comentários ao Código de Hamurabi, o Rei do Direito e da Justiça Quando: dia 4/11 (segunda), das 17h às 20h Onde: sede da ACL (Rua Marechal Deodoro, 525, Centro, Campinas) Quanto: entrada franca PROGRAMAÇÃO Logo após a apresentação do livro Comentários ao Código de Hamurabi, haverá Sessão Solene com a palestra As Relações Culturais entre a França e o Brasil, proferida pela profa. Dra. Ana Beatriz Demarchi Barel (professora de Literatura de Língua Portuguesa e Teoria Literária da Universidade Estadual de Goiás). Em seguida, o evento conta com a apresentação musical de Luis Yabiku (voz e violão), secretário municipal de Trabalho e Renda.