dia do médico

Médico, uma jornada sempre no limite

Pandemia impõe mais sobrecarga e torna atividade de alto risco

Da Agência Anhanguera
15/10/2020 às 10:09.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:46
Médico confere prontuário de paciente: ir à luta nos hospitais e unidades de atendimento foi uma necessidade para salvar vidas diante da escalada mortal da Covid-19 no mundo (Pixabay/Banco de Imagens)

Médico confere prontuário de paciente: ir à luta nos hospitais e unidades de atendimento foi uma necessidade para salvar vidas diante da escalada mortal da Covid-19 no mundo (Pixabay/Banco de Imagens)

Imprescindíveis na vida das pessoas, os médicos se tornaram figuras ainda mais essenciais para a população após a chegada da pandemia do novo coronavírus. Encarar exaustivas jornadas de trabalho, lidar com a sobrecarga nos sistemas de saúde públicos e privados e ainda arriscar a própria vida têm sido a tônica de praticamente todos os profissionais da área e que, dentro de suas limitações físicas e psicológicas, fazem o possível e o impossível para cuidar de todos os pacientes infectados. É em meio a esse mosaico de emoções que no próximo domingo, dia 18, se celebra o Dia do Médico em todo o território nacional. Para Carmino Antonio de Souza, atual secretário de Saúde de Campinas, mais do que em qualquer outro ano, todos os profissionais da área merecem o reconhecimento e os parabéns da sociedade. Segundo ele, lidar com um inimigo completamente desconhecido foi e ainda segue sendo um trabalho para poucos. “A luta contra a pandemia em Campinas foi enorme e está sendo um desafio que nós nunca vivenciamos anteriormente. Em particular, o trabalho dos médicos está sendo fundamental”, explicou.  Em razão disso, o chefe da Pasta destacou que o município precisou organizar estratégias e treinar profissionais para dar conta do número de infectados e evitar a maior quantidade possível de mortes. Atualmente, Campinas caminha para atingir a marca de 1,3 mil óbitos desde o início da pandemia. “Tivemos que treinar novos médicos e colocar equipes seniores com pessoas mais jovens para poder atender a essa enorme demanda, principalmente de pacientes críticos nas nossas UTIs”. O secretário também revelou que os trabalhos de combate à enfermidade ainda envolveram ações em conjunto com todos os níveis de atuação médica da cidade, como hospitais e universidades. Além disso, também foram incluídos na força-tarefa órgãos como a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas e Conselho Regional de Medicina. “Tivemos trabalhos na área de atenção básica, nas áreas especializadas e nos leitos de retaguarda. Foi um ano atípico, mas vencedor apesar do tamanho da pandemia”, destacou Carmino. Riscos Para Luiz Carlos Zeferino, diretor da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o mundo presenciou em 2020 a maior crise sanitária da história dos últimos cem anos, desde o surgimento da gripe espanhola, que no final da década de 1910 causou mais mortes do que nas duas guerras mundiais juntas. Apesar das dificuldades encontradas, ele acredita que a categoria reagiu espetacularmente bem ao vírus, depois de um começo aterrorizante na Europa, com direito a cenas de corpos abarrotados em hospitais. “Todos os profissionais da saúde pagaram um preço muito alto por causa dessa doença. Não tivemos a crise que houve, por exemplo, na Itália, mas enquanto quase todo mundo foi para casa, os médicos tiveram que ir para campo para atender pacientes infectados, mesmo sabendo dos riscos”, explicou. Por esse motivo, Zeferino acredita que não há termo melhor para classificar todos os médicos, sobretudo aqueles que seguem atuando na linha de frente do combate à doença, como heróis. “Quando você vai para uma guerra e sabe que pode ser abatido por um vírus desconhecido, eu acho que chamar esses profissionais de heróis é uma homenagem e um reconhecimento mais do que justo”, afirmou.

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