O multiartista Mauro Braga prossegue em temporada com o solo Das Alturas de Mim Mesmo, com duas apresentações, sábado e domingo na Sala dos Toninhos
O multiartista Mauro Braga prossegue em temporada com o solo Das Alturas de Mim Mesmo, com duas apresentações, sábado e domingo na Sala dos Toninhos, na Estação Cultura. Contemplado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (Ficc) na categoria Produção e Circulação de Espetáculo Inédito, a montagem, que tem caráter autobiográfico e estreou em novembro no Centro Cultural Casarão, passará ainda, em fevereiro, pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e pelo Centro Cultural Maria Monteiro, na Vila Padre Anchieta. “Trata-se de uma brincadeira autobiográfica baseada em vivências, experiências e acontecimentos, mas sem abrir mão da imaginação”, explica Mauro, citando que “o espetáculo propõe olhar a realidade por outros ângulos”. “É uma provocação que faço comigo e com o público. Uma forma de me despir, não no sentido literal, mas no de perder o pudor para relembrar e compartilhar fatos reais e imaginários de uma vida dedicada às artes”, diz. O espetáculo reúne o conhecimento do multiartista em música, teatro, dança, poesia e circo, partindo do exercício da Autonomia Criativa, método desenvolvido pela diretora do espetáculo, Lu Lopes, a intérprete da Palhaça Rubra. Para chegar ao tom de autobiografia imaginária proposto pelo solo, com provocações da diretora, Mauro teve de revisitar cenas de um passado artístico e pessoal. E para alinhavar as cenas da memória revisitada, além do texto, Mauro lançou mão de sua habilidade como músico, compondo duas canções para violoncelo: Das Alturas de Mim Mesmo e A Borboleta ou O Vômito Ancestral, que são executadas ao vivo pelo artista. Na trilha sonora entram ainda duas músicas do compositor José Eduardo Gramani: Manaíra e Carinhosa, gravadas pelo Carcoarco quando Mauro integrava o quarteto e que estão no disco Tem Carrego, lançado em 2012. Na mesma linha criativa, a herança do universo circense na experiência do artista, que há anos deu vida ao Palhaço Azevedo, aparece em dois momentos do espetáculo. Num primeiro, a partir de um jogo cômico com a plateia e, no outro, pelo uso misterioso de uma bola. “A obra brinca com o riso e o risco, elementos fundamentais no universo do circo. Utilizando uma bola de equilíbrio faço do simples ato de caminhar um desafio e me proponho ao risco de tocar um violoncelo sobre a bola. E jogando com as energias sutis do palhaço, crio pontes afetivas com um olhar acolhedor para o público. Apresento a técnica e a virtuose sem sobrepor a presença e a relação com o outro”, conclui. Bacharel em Música Popular pela Unicamp, o violoncelista Mauro Braga se formou sob a orientação do professor e músico Dimos Goudaroulis (Grécia/Brasil). Entre 1999 e 2009, participou da Orquestra Oficina de Cordas, sob a direção de Tibô Delor. Integrou o quarteto de cordas Carcoarco (2007-2013) e, entre 2002 e 2012, esteve na companhia cênico-circense ParaladosanjoS, de quem é parceiro e colaborador. Em 2015, criou a Cia. Oruã, que passou a ser a “casa” de seus trabalhos artísticos, com destaque para Canção do Beco, intervenção urbana convidada a participar de diversos festivais no Brasil e México (Festival Internacional de Circo e Show/Guadalajara); Azevedo Pão e Leite - uma canção inteligente, espetáculo de palhaço musical com direção do mestre Teófanes Silveira, o Palhaço Biribinha; e Trio mas non Troppo, recital cênico para crianças, que teve estreia no projeto Concertinhos, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, em 2017. Por meio do contato com o teatro e o circo, tornou-se ator e palhaço, tendo como principais mestres Adelvane Néia (Humatriz Teatro), Leris Colombaioni (Itália), Ricardo Puccetti (Lume Teatro), Esio Magalhães (Barracão Teatro), Palhaço Biribinha, entre outros. Somam-se à experiência na cena, a criação e a execução de trilhas sonoras e canções originais para documentários e espetáculos teatrais e de dança assinados por grupos reconhecidos como Lume Teatro, Grupo Matula e Boa Companhia. Por sinal, algumas dessas composições foram premiadas em festivais. AGENDE-SE O que: Das Alturas de Mim Mesmo (teatro) Quando: sábado às 20h; e domingo às 19h Onde: Sala dos Toninhos na Estação Cultura (Rua Francisco Teodoro, 1.050, Vila Industrial) Quando: 8/2, às 20h Onde: Museu da Imagem e do Som de Campinas (Rua Regente Feijó, 859, Centro) Quando: 24/2, às 19h Onde: Centro Cultural Maria Monteiro (Rua Dom Gilberto Pereira Lopes, s/nº, Vila Padre Anchieta) Quanto: entrada franca