Marcílio Menezes mostra o espetáculo Bahia Minas

Para Marcílio Menezes música tem cheiro e forma de saudade. Mineiro de Teófilo Otoni, situada no nordeste de Minas Gerais, no Vale do Mucuri, onde desde pequeno aprendeu a cantar e tocar violão com sua mãe e a ouvir o apito do trem da extinta estrada de ferro Bahia Minas que passava no fundo da casa de seus avós. É esse universo de lembranças que Marcílio traz no espetáculo Bahia Minas, que ele apresenta hoje na Rabeca Cultural, em Sousas. “O show é uma homenagem à extinta estrada de ferro Bahia Minas em que interpreto em releitura algumas canções consagradas da MPB, de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Adoniran Barbosa, Dori Caymmi, além de composições autorais inéditas que permeiam essa atmosfera saudosa”, afirma Marcílio. A proposta é resgatar a Maria Fumaça e os lugares por onde ela passou deixando um rastro de esperança e sonhos, alguns despedaçados. “É esse universo interiorano rodeado de montanhas, imigrantes, índios e quilombolas que o compositor e cantor traduz com o seu sotaque mineiro, mostrando o costume e o canto majestoso do povo daquele lugar”, coloca Kha Machado, curador da Rabeca Cultural. O espetáculo tem toda uma versão temática no repertório. Músicas que falam dos encontros e despedidas nas estações (Milton Nascimento) das cidadezinhas mineiras, canções que vão margeando o Rio Mucuri, onde se fixaram várias etnias culturais devido a construção da estrada de ferro – que demorou 60 anos para ser concluída ainda no Brasil império e que teve os seus primeiros estudos topográficos em 1871 -, até chegar ao sul da Bahia no seu ponto final em Ponta de Areia, que dá nome a uma famosa canção de Milton Nascimento. Destaca-se também a primeira locomotiva, Maria Fumaça, que trafegou por aquelas bandas no ano de 1883, apelidada pelos índios da região de Pochixá, que significa forte, valente. É com esse propósito que o Trenzinho Caipira (Villa Lobos) vai viajando pelo interior poético do menino mineiro, resgatando o que restou da velha estrada de ferro que até hoje alimenta lindas histórias. O show, que será apresentado ainda na Sociedade Hípica de Campinas (29/9), às 10h, aberto ao público; e no Instituto Pavão Cultural (5/10), conta com a participação dos músicos convidados Bruno Brizotti (sanfona e cítara), Almir Côrtes (bandolim), Josi Moraes (percussão) e Cesar Pereira (flauta) AGENDE-SE O quê: Bahia Minas, com Marcílio Menezes Quando: neste sábado (28), às 20h30 Onde: Rabeca Cultural (Av. Dona Maria Franco Salgado, 250, Jd. Atibaia, Sousas)  : R$ 25,00