FASHION

Maratona de moda em Paris conta com jovens talentos

Destaque para 3 estilistas da Bélgica, com suas linhas arquitetônicas e fluidas

France Press
26/02/2013 às 15:45.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:04
O estilista de moda belga Cedric Charlier (France Press)

O estilista de moda belga Cedric Charlier (France Press)

A Semana de Moda de Paris começou nesta terça-feira (26) com um dia consagrado aos jovens talentos, entre os quais se destacam três estilistas da Bélgica que estão deixando sua marca no mercado da moda com suas linhas arquitetônicas e fluidas.

Anthony Vaccarello, Cédric Charlier e Véronique Branquinho, que apresentam suas coleções para o próximo outono/inverno no primeiro dia dos desfiles de prêt-à-porter, confirmam que a Bélgica, e a Antuérpia em particular, é atualmente um dos berços da moda e do design.

Alguns destes estilistas, como Branquino, são egressos da Real Academia de Belas Artes da Antuérpia, uma das melhores escolas do mundo, onde estudou também Martin Margiela, Dries van Noten e Haider Ackerman -nascido em Bogotá e adotado por um casal de franceses-, cujos desfiles figuram entre os mais aclamados em Paris, por sua surpreendente paleta de cores e elegância dos cortes.

"Como se explica que muitos criadores belgas estejam mudando a paisagem da moda em Paris, capital indiscutível da Alta-Costura?", perguntou a AFP a Cédric Charlier, na véspera da apresentação de sua coleção.

"A Bélgica é um país pequeno, onde não existem os códigos de Alta-Costura, onde tudo está ainda por inventar", explicou o estilista de 34 anos, que conversou com a AFP enquanto dava os últimos retoques de costura em uma de suas criações no corpo de uma modelo parisiense jovem e magra, alta e ruiva.

"Como não temos uma história de moda, isso não pesa sobre nossos ombros, o que ajuda a despertar a imaginação", disse.

"Acredito que é por isso que temos uma grande liberdade para inventar e sonhar", disse Charlier, que antes de lançar sua própria marca, há três anos, trabalhou com o israelense Alber Elbaz, à frente das coleções da histórica maison Lanvin, e foi durante quatro anos diretor artístico da maison Cacharel.

"A Bélgica parece um país onde não há nada, mas está cheio de surpresas", disse o jovem estilista, cuja coleção, salpicada de cores, se inspira na arte flamenca da Idade Média, mas é totalmente moderna.

Seus vestidos são justos, de corte intricado, mas ao mesmo tempo se movem com fluidez e parecem fáceis de usar. O vestido preto usado pela modelo no momento da entrevista era adornado com bordados inspirados nas coloridas ilustrações de manuscritos medievais flamencos..

O corte dos casacos e jaquetas é feminino, com ombros arredondados, e os tecidos são nobres: cetim, cashmere, mas também algodão, que Charlier trabalha para dar uma maior suavidade.

O estilista ressalta o lado onírico e artístico de seu trabalho, dizendo que suas criações "estão ancoradas na realidade" e se dirigem às mulheres de hoje.

Graduado na Escola de Artes Visuais de Bruxelas , Charlier lançou sua própria marca com o apoio da marca industrial italiana Aeffe, que produz e distribui várias marcas de luxo.

Suas criações, assim como as de Vaccarelo, figuram cada vez mais nos tapetes vermelhos e são exportadas para vários continentes.

Na segunda-feira, uma foto de Kim Kardashian, celebridade namorada do rapper Kanye West, em um vestido de Charlier deixou a internet em polvorosa.

"Mas eu não ando atrás de celebridades, ela comprou o vestido, é uma cliente", disse o estilita, cuja atitude contrasta com a de outros que, como é sabido no mundo da moda, pagam alta somas às celebridades para que vistam suas criações.

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