Mais emoções, confusões e encantamento

Grande parte do público deve ter dado risadas apreensivas quando, ao final de “Divertida Mente”, as cinco emoções básicas na cabeça de Riley se questionaram sobre o que poderia dar errado já que a menina fez 12 anos e a traumática mudança que move o conflito do filme foi estabilizada. Afinal, qualquer um que já passou dos 12 anos sabe sobre a enxurrada de sentimentos, por vezes até contraditórios, que surgem a partir da tal puberdade que a personagem agora alcançou. É um gancho muito atrativo para uma sequência que chegou nove anos depois do filme original, com “Divertida Mente 2”. 

O filme já é um fenômeno de bilheteria. Ao arrecadar US$ 140 milhões no primeiro fim de semana fora dos Estados Unidos (onde o lançamento foi em 14 de junho), se tornou a maior abertura da história do mercado mundial para uma animação. Anteriormente, o posto era de Frozen, que fez US$ 135 milhões. Somando a bilheteria mundial e norte-americana, “Divertida Mente 2” conquistou US$ 295 milhões só nos seus primeiros dias. Hoje, o novo longa da Pixar estreia em muitos países, inclusive o Brasil, e os números devem subir bem mais. 

ANSIEDADE NA ÁREA 

A história de “Divertida Mente 2” se passa um ano após o final do primeiro filme. Riley tem 13 anos e as coisas mudam no centro de comando das emoções (Alegria, Tristeza, Nojo, Medo e Raiva), que antes regiam sozinhas as ações da menina. As cinco precisam dar espaço para novas emoções que vão dividir o espaço por ali. Chegam, então, Inveja, Tédio, Vergonha e Ansiedade, personagem que já causou comoção no público ao dar as caras no primeiro trailer da animação. As recém-chegadas, especialmente a Ansiedade, tomam o controle da mente da garota. 

Este é o filme de estreia do diretor Kelsey Mann. Ele contou que sempre imaginou para essa sequência uma história sobre a ansiedade assumindo o controle, “Eu refleti sobre minha própria vida e o que minha ansiedade faz em mim”, explicou Mann para o The New York Times. A personagem em sua versão final é vista como antagonista em “Divertida Mente 2”, mas menos antagônica do que na sua concepção inicial. “Fui muito influenciado pelo filme ‘A Malvada’. Fiquei atraído pela ideia de uma emoção que toma o controle”, revelou o cineasta sobre a inspiração no clássico de 1950. 

SEM MEDO DA SEQUÊNCIA 

Em entrevista para o site da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade responsável pelo Oscar, Kelsey Mann diz não temer estar à frente da sequência de um filme amado. “Muitos de meus filmes favoritos são sequências. “Star Wars – O Império Contra-Ataca” não é apenas uma das minhas sequências favoritas, mas honestamente, é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. “Aliens – O Resgate” é, novamente, um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Eu adoro uma sequência muito boa.” 

O diretor não descarta um terceiro filme. “Há tantas ideias que tivemos no primeiro filme e, definitivamente, no segundo filme sobre personagens e locais divertidos, mas eu não sabia como colocar isso neste filme. Eu não precisava deles para contar a história de Riley. Então, tenho uma estante inteira na cabeça com todas essas ideias que precisam ver a luz do dia, mas não sei o futuro de “Divertida Mente”. Acho que há muitas oportunidades para coisas novas por aí, mas estou muito feliz com o que fizemos em ‘Divertida Mente 2.’” 

Pete Docter, diretor do primeiro “Divertida Mente” e atual diretor de criação da Pixar, foi a pessoa que selecionou a dedo Kelsey para este novo trabalho. Ainda que seja seu primeiro trabalho como cineasta, ele trabalhou na empresa por mais de 10 anos como roteirista e animador. 

DUBLAGEM BRASILEIRA 

Enquanto os dubladores brasileiros do primeiro filme voltam para interpretar Alegria (Mia Melo), Tristeza (Katiuscia Conoro), Nojo (Dani Calabresa), Medo (Otaviano Costa) e Raiva (Leo Jaime), outro time chega com os novos personagens. A comediante e apresentadora Tatá Werneck dubla a Ansiedade, a atriz Eli Ferreira é Tédio, e os dubladores profissionais Gaby Milani e Fernando Mendonça vão dar voz à Inveja e à Vergonha, respectivamente. Originalmente, o time de dubladores é composto por Amy Poehler, Phyllis Smith, Liza Lapira, Tony Hale, Lewis Black, Maya Hawke, Adèle Exarchopoulos, Ayo Edebiri e Paul Walter Hauser.

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