Realizar um solo de violão e, ao mesmo tempo, reger uma orquestra é o que Zanon pretende mostrar neste sábado com destreza e brasilidade no palco do Teatro Castro Mendes
Fábio Zanon atuará como solista na obra ‘Concerto Brasileiro para Violão e Orquestra’ (Divulgação)
O concerto que une um solo de violão e a regência do maestro e violonista Fábio Zanon junto com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas terá um repertorio de 70 minutos que transita por diferentes universos sonoros. O fato inédito nessa parceria é que ele assume a regência da noite e também atua como solista no mesmo concerto, com a obra "Concerto Brasileiro para Violão e Orquestra", de Radamés Gnattali. Neste sábado (dia 7), às 20h, no Teatro Castro Mendes, será a primeira vez que Zanon irá reger a orquestra de Campinas, embora já tenha participado várias vezes como solista, desde os anos 1980.
Uma história interessante cerca essa apresentação, conta o maestro: "eu nasci e cresci em Jundiaí, e a primeira vez que vi um concerto ao vivo foi com a Sinfônica de Campinas, quando ela foi tocar lá na minha cidade, quando eu ainda era criança. E a sinfonia "Pastoral", de Beethoven, foi a primeira partitura de orquestra que eu ganhei, quando estudava numa escola de música lá em Jundiaí e que guardo até hoje. Então, agora vou reger esta primeira sinfônica que assisti ao vivo e tocando justamente a primeira partitura de orquestra que eu ganhei". Reconhecido internacionalmente, Fábio Zanon atualmente reveza sua moradia entre São Paulo e Londres e é uma das maiores referências do violão clássico brasileiro, com uma carreira consolidada tanto como intérprete quanto como regente.
A abertura do concerto será com "A Moreninha", do maestro Ernst Mahle (falecido recentemente). "A primeira parte será com cenas de uma ópera musical que parece um pouco trilha sonora de novela de época", diz o maestro. Na sequência, Zanon interpreta o concerto para violão de Gnattali, paralelamente à regência da orquestra. "Essa obra tem espaço técnico para isso, pois há alternância entre o violão e a orquestra. Nos trechos em que a orquestra precisa de mais ajuda na direção, eu não estou tocando e, nos demais, a gente toca como se fosse música de Câmara, ou seja, os músicos se sincronizam só pelo ouvido e pelo olhar. Estou confiando nos músicos desta orquestra incrível para tocarem comigo como parceiros, não como subordinados", comenta.
O encerramento do concerto fica por conta da Sinfonia nº 6 em Fá maior, Op. 68, de Ludwig van Beethoven, conhecida como "Pastoral". Segundo o maestro, esse será "um momento de congraçamento, um passeio pelo campo onde se faz as pazes consigo mesmo; ao olhar para a natureza, o compositor olha para si mesmo, é uma obra que transmite uma sensação quase oceânica de observar a natureza e se maravilhar com o milagre da existência". Zanon salienta que deve ser o único violonista do mundo que faz isso — ser solista e regente ao mesmo tempo — regularmente, pois essa prática é uma constante na sua carreira. Com a Sinfônica de Campinas é a primeira vez.
PROGRAME-SE
Concerto Brasileiro para Violão e Orquestra
Quando: sábado, dia 7, às 20h
Onde: Teatro Municipal José de Castro Mendes Rua Conselheiro Gomide, 62, Vila Industrial
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 5 (professores da rede pública)
Venda pelo Sympla ou na bilheteria do teatro.
Estacionamento gratuito na Estação Cultura — Rua Francisco Teodoro, 1.050, Vila Industrial
Informações: Tel.: (19) 3272-9359 Instagram @sinfonicadecampinas @fa.zanon
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