"Bila, a menina que nasceu do coração"

Mãe e filha lançam livro infantil sobre adoção

As autoras criaram uma personagem que passou pela chamada "adoção tardia" e que conta para os pequenos leitores que ser filha do coração é comum

Karina Fusco/ [email protected]
30/08/2023 às 09:18.
Atualizado em 30/08/2023 às 09:28
Adelisa Silva, de 58 anos, e a filha Natália Bonachella, de 37, viveram intensamente o processo de adoção do caçula Pedro e querem ajudar as famílias a lidarem melhor com a adoção, sobretudo a tardia (Rodrigo Zanotto)

Adelisa Silva, de 58 anos, e a filha Natália Bonachella, de 37, viveram intensamente o processo de adoção do caçula Pedro e querem ajudar as famílias a lidarem melhor com a adoção, sobretudo a tardia (Rodrigo Zanotto)

Foi quando quis ter mais um filho, em seu segundo casamento, que a pedagoga e ex-bancária Adelisa Maria Albergaria Pereira Silva conheceu o universo da adoção. Depois de dois anos e meio na fila de espera e cumprindo todas as etapas exigidas pela justiça que a campineira se tornou mãe de Pedro, hoje com 12 anos. Foi o que bastou para ela levar a causa para o universo da escrita, sua paixão, e consequentemente para as páginas de livros.

Ela, que há mais de uma década escreve crônicas em seu blog e já publicou dois livros com seus textos, decidiu se lançar na literatura infantil e, em 2019, publicou o livro "Uma história de amor escrita por Deus". Agora, contando com a parceria de sua filha Natália Pereira de Faria Bonachella, que, já adulta, acompanhou de perto a chegada do irmão e também se encantou com o tema, acaba de lançar "Bila, a menina que nasceu do coração", um livro colorido e com frases curtas, mas de extrema importância para crianças adotadas. "Criamos a personagem Maria Beatriz, apelidada de Bila, com a pretensão de que as crianças adotadas se sintam representadas e que a sensação de pertencimento às famílias que as acolheram se fortaleça", conta Natália.

Adelisa relata que, por participar de grupos de apoio à adoção até hoje, ela vê que a questão da adoção tardia costuma ser um entrave e os questionamentos das famílias em relação ao assunto são inúmeros, inclusive quando a criança já está no lar e é maiorzinha. "Percebo que muitos pais têm medo de tocar no assunto e de conversar abertamente com os filhos adotivos, contando que eles são filhos do coração e são amados da mesma forma”. Ela defende que a conversa quanto mais cedo ocorra, mais natural fica e revela que desde que Pedro era pequeno, contava para ele sobre a adoção e sobre o amor que a família tem pelo filho do coração.

As autoras, que hoje residem em Indaiatuba, apostaram em uma personagem que chegou na casa dos pais adotivos já grandinha (aos sete anos) e já tinha vivido em um abrigo. Também defendem que deveria haver campanhas de conscientização para os pais com foco na adoção tardia. "O amor e o tempo superam toda e qualquer dificuldade, mas de qualquer forma, sempre é recomendado não esconder das crianças o fato de serem filhos do coração".

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