A intervenção fotográfica é resultado do trabalho do coletivo Carolinas, reúne imagens das fotógrafas de quatro profissionais
Fotografia que integra a mostra 'Reexistir', no MIS de Campinas (Fabiana Ribeiro/Divulgação)
O Museu da Imagem e do Som (MIS) sedia a exposição 'ReExistir', com narrativas fotográficas de lutas por direitos básicos como saúde, moradia, educação, cultura, gênero e identidade, pelo olhar feminino. A intervenção fotográfica é resultado do trabalho do coletivo Carolinas, reúne imagens das fotógrafas Cintia Antunes, Fabiana Ribeiro, Gabriela Zanardi e Sandra Lopes e faz parte da programação da Mostra Luta. A abertura hoje contará com roda de conversa com as fotógrafas. A exposição é composta por imagens impressas em tecido, uma das propostas do coletivo na busca por tridimensionalidade das imagens, uma vez que o tecido tem movimento e interage com o espaço fazendo uma analogia com as mulheres e suas obras. "Somos únicas, quando reconhecemos a beleza da diversidade, nos amamos, respeitamos e potencializamos o melhor de nós. É só através de muito amor próprio e empoderamento que mulheres se libertam e podem inspirar outras mulheres" , afirma Cintia Antunes. Ela apresenta cinco fotos extraídas do projeto 'EmPodera', fruto de oficinas gratuitas de fotografia realizadas por ela na cidade. As fotografias retratam adolescentes de projetos sociais, nos quais foram ministradas as oficinas. "A adolescência é uma fase de muito embate a respeito de identidade, sofremos uma pressão gigantesca sobre os padrões de beleza. É nessa faixa etária que temos que desconstruir e empoderar. Só assim nos tornamos protagonistas da nossa própria história" , aponta Cintia. As crianças da Comunidade Nelson Mandela é o foco do olhar fotojornalístico de Fabiana Ribeiro. As imagens levantam a luta por moradia, trabalho, educação e por políticas públicas que atendam a população. A comunidade Nelson Mandela é liderada por mulheres e foi notícia de repercussão nacional quando a área que ocupava no Jardim Capivari foi objeto de uma violenta ação de reintegração de posse, com forte aparata policial, que desalojou cerca de 500 famílias em março deste ano. As mulheres, seus corpos, a auto-aceitação e liberdade de escolha estão no centro das discussões que a fotógrafa Gabriela Zanardi traz para a mostra. Já Sandra Lopes se volta para esses tempos de ódio, intolerância e desrespeito, em que se discute a "cura gay" e a orientação sexual é considerada "doença a ser tratada" . Ela apresenta o trabalho que vem desenvolvendo sobre corpos e que já foi exposto no Rio de Janeiro. O coletivo Carolinas foi criado por cinco mulheres que partilham a ideia comum de dar uma maior visibilidade ao trabalho feminino na área da fotografia. Além das quatro fotógrafas tem a participação da especialista cultural Juliana Siqueira. AGENDE-SE O quê: Mostra 'ReExistir' Quando: Até 26/11, de terça a sexta, das 10h às 20h; e sábados, das 10h às 16h Onde: Museu da Imagem e do Som - MIS (Rua Regente Feijó, 859, Centro, fone: 3733-8800) Quanto: entrada franca