Livros seguem em alta, mas com oscilações no mercado
Mercado mostra preocupação com a desaceleração, embora os resultados tenham sido positivos nas vendas do primeiro semestre
O faturamento do mercado livreiro cresceu apenas 3,03% no primeiro semestre de 2022, já a venda de exemplares aumentou 6,61% (Freepick)
No dia 29 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro. A data é uma homenagem à fundação, em 1810, da Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia.
Embora este mercado tenha apresentado bons resultados em relação ao faturamento no primeiro semestre deste ano (aumento 3,03%), as vendas em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento mostram que a variação continua em ritmo decrescente, com inflação impactando cada vez mais o bolso do consumidor.
Este foi o último balanço feito pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Bookscan, que avaliou o primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2022, foi registrado um avanço de 6,61% na venda de exemplares, com 26,15 milhões de livros, quando no primeiro semestre do ano anterior foram 24,52 milhões de obras vendidas. As vendas online têm sido fundamentais para esse crescimento. Livrarias que antes funcionavam apenas de forma física passaram a contemplar o e-commerce no negócio.
Dante Cid, presidente do SNEL, analisa os números com cautela. "Ficamos felizes com o saldo ainda positivo do semestre, mas atentos aos próximos meses em vista da elevada inflação acumulada e como isso afetará o consumidor", comentou durante a divulgação da pesquisa. Analisando a importância dos gêneros literários, o levantamento indicou o crescimento de Infantil, Juvenil e Educacional: em 2021, o faturamento representava 20,62% e passou para 24,80% em 2022. Já o segmento de Não Ficção Especialista apresentou o pior resultado, com variação negativa de 6,03 %.
Em Campinas, um encontro promovido pela Câmara Brasileira do Livro reuniu nesta semana representantes de entidades que agregam editores, livreiros, distribuidores e gráficos. Intitulado "O Livro que nos Une", o evento debateu os desafios atuais e futuros para fortalecer a economia criativa do livro e reforçou a importância da união e de ações conjuntas do mercado editorial. Os especialistas abordaram como o futuro do livro depende do bom funcionamento de todas as engrenagens que compõem o seu ecossistema: editoras, distribuidoras e livrarias.
