Quentin Tarantino sempre foi um diretor provocador. Faz filmes que são arrebatadores, inventivos, ricos em fantasia e alegremente amorais
Apaixonado pela sétima arte, o jornalista, professor de cinema, crítico, autor e cineasta Hamilton Rosa Jr. lança hoje, on-line pelo aplicativo Zoom, seu livro de estreia, Era uma Vez...Tarantino. O lançamento ocorre hoje, às 20h, em paralelo à segunda aula on-line sobre o diretor de Pulp Fiction, Django Livre e Era Uma Vez Em... Holywood, entre outros. O evento faz parte da série Rabeca em Cena, realizado pela Rabeca Cultural e coordenado por Rosa Jr. Quentin Tarantino sempre foi um diretor provocador. Faz filmes que são arrebatadores, inventivos, ricos em fantasia e alegremente amorais. "Eu não sou um cineasta americano" disse certa vez numa coletiva de imprensa lotada no Festival de Cannes. "Devo ter sido parido dentro de um cinema, pois é este país que reivindico como meu!", assumiu apaixonadamente. “Fiel a essa forma, Hamilton Rosa Jr. também demonstra sua paixão pelo cinema fazendo o lançamento on-line de seu primeiro livro Era Uma vez... Tarantino, com aula exclusiva para os fãs e interessados”, comenta Kha Machado, idealizador e coordenador do espaço Rabeca Cultural, localizado no distrito de Sousas. “O título faz um trocadilho com o último filme de Tarantino, mas minha intenção foi também evocar o lado fábula, o universo que o cineasta criou”, conta Rosa Jr.. Para o crítico, Tarantino sempre fez filmes sobre sonhos, sobre um mundo próprio, com regras próprias, que nada tem a ver com o mundo em que vivemos. “Sempre foi um lugar onde ele projetava locais como o bar cinéfilo Jack Rabbit’s Slim, que não existe, compunha heresias como misturar a estética de filmes de kung fu, samurai e western para horror de chineses, japoneses e norte-americanos puristas e repensar a Segunda Guerra em que um crítico de cinema era espião e o Terceiro Reich inteiro, inclusive o Fuhrer, morriam emboscados dentro de um cinema”. Na opinião do escritor, o cineasta nunca filmou a realidade. É por isso mesmo que o cinema dele é tão cativante. “Porque não se trata de arte maior. O que temos em cena sempre é a precariedade do mundo dos marginais, dos que não deram certo e estão procurando uma nova chance. Ele recria de forma tão corajosa a utopia dos fracassados na tela, que mesmo em sua fragilidade, a gente acata, aceita e se diverte com a viagem”, avalia Rosa Jr.. Na aula-lançamento do livro, Rosa Jr. pretende mostrar como a pesquisa retrospectiva o fez repensar a filmografia do diretor. “A gente costuma pensar em um filme como um trabalho feito e finalizado de forma isolada, mas na realidade vê-lo à parte do resto das obras do artista que o criou é muito redutor. Assim como uma pintura de Van Gogh é, de repente, mais interessante uma vez que você conhece a vida do artista, quando e onde ele a pintou. O caminho que levou Tarantino a fazer os filmes que ele fez (e na ordem em que os fez) me fez considerar aspectos de seu artesanato que eu não tinha pensado antes”, reforça o escritor. Segundo Machado, a intenção do autor é trazer essa interpretação e muitas outras curiosidades para os alunos. Nas aulas do Cine Rabeca, Rosa Jr. abordou diversos diretores como Stanley Kubrick, David Lynch, Michael Haneke, Pedro Almodóvar, Woody Allen, mas escolheu Tarantino para seu trabalho de estreia. “Sempre fui muito ligado em diretores capazes de criar um mundo próprio e, às vezes tão forte, que o público logo reconhece. Todos eles me instigam a repensar e escrever, mas o caso do Tarantino, veio de uma revisão muito detalhada sobre a obra dele que eu já vinha fazendo e, quando eu assisti o último filme dele, o Era Uma Vez em... Hollywood, eu achei que ele estava dando um fecho brilhante sobre a carreira dele”, explica o autor. “Claro, ele declarou que tem mais um ou dois filmes pra fazer antes de se aposentar definitivamente do cinema, mas no Era Uma Vez..., pela primeira vez, eu acho que o Tarantino deixa aquele mundo de fantasia a que nos acostumou, para fazer um filme mais realista, excetuando o entrecho final, que não vou revelar aqui”, acrescenta Rosa Jr. “O personagem do DiCaprio e o da Margot Robbie (Sharon Tate) representam um pensamento velho, que vai ser banido. Por isso acho muito bacana o que o Tarantino faz, ele meio que congela esses personagens no tempo, porque sabe que a vida deles não vai avançar depois do episódio que marcou o assassinato da Sharon Tate. Para os produtores, depois desse incidente, nunca mais Hollylwood voltou a ser a mesma.” Rosa Jr. tem outros projetos no gatilho: O primeiro sobre o cinema de Chistopher Nolan, e um livro de contos, chamado Canteiros. Ambos estão quase prontos. Ele explica que o livro de contos tem tudo a ver com cinema. “Além de crítico e professor, eu tenho minha carreira como diretor. Esses contos são os esboços dos quatro filmes que eu dirigi, e de outros nove que pretendo filmar.” AGENDE-SE O quê: Aula-lançamento do livro Era Uma Vez...Tarantino, de Hamilton Rosa Jr. Quando: Hoje, às 20h (as aulas ocorrem sempre às quintas-feiras, às 20h). Próximas: Wes Anderson e David Fincher, respectivamente, dias 30/4 e 7/5) Onde: Pelo aplicativo zoom (Fazer o download do zoom no playstore. Criar um nome com usuário e senha. Os organizadores enviarão UOL e senha da aula aos inscritos por e-mail e/ou whatsapp e na hora basta entrar na sala e participar. Inscrições até as 16h do dia de cada aula) Quanto: R$ 30,00 por aula. (Para fazer a aula não é necessário adquirir o livro) Serviço: Era Uma Vez... Tarantino, de Hamilton Rosa Jr. Editora Independente/Gráfica D Sete. 142 páginas, 16 capítulos, R$ 38,00 (venda diretamente com o autor pelo celular 19 98314-9849. Os participantes da aula-lançamento podem adquiri-lo por R$ 30,00 mais o valor do ingresso)