MEMÓRIAS

Jornalista de Campinas tira histórias 'do baú' em livro

Odair Leitão Alonso lança Sessenta Crônicas de uma Vida, na quarta-feira, na Livraria Cultura

Fábio Trindade
19/08/2013 às 21:26.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:52
Alonso: Fui jornalista a vida inteira e queria comemorar meus 60 anos de uma forma que mostrasse isso ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Alonso: Fui jornalista a vida inteira e queria comemorar meus 60 anos de uma forma que mostrasse isso ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Todo jornalista guarda bem na memória a reportagem mais marcante, o momento mais difícil na carreira e a cobertura mais eletrizante. Com Odair Leitão Alonso, a situação não seria diferente, e os acontecimentos que o transformaram pessoal e profissionalmente latejam no baú da memória. Bom, mais do que isso agora, já que eles deixaram a zona da lembrança e viraram textos que recheiam o livro "Sessenta Crônicas de uma Vida" (Pontes, 304 págs., R$ 39,90), obra que retrata, por meio de sua trajetória, cenas do cotidiano de Campinas entremeadas pelas passagens do jornalista pela infância, pela escola, pela universidade e pelas redações. O livro será lançado nesta quarta-feira (21), dia em que Odair completa 60 anos, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi. “Eu fui jornalista a vida inteira, seja em jornal, em TV ou como assessor de imprensa. A minha vida foi escrever, e faço isso até hoje. Portanto, eu queria comemorar meu aniversário de 60 anos de uma forma que mostrasse isso”, conta Odair. A ideia inicial era deixar 60 crônicas para as filhas e netos, mas depois ele quis celebrar a data com os amigos e quem mais pudesse se interessar por histórias marcantes. “E se Deus quiser vou deixar para mais pessoas, como em bibliotecas, onde as crônicas poderão ser consultadas”, afirma. Sua história mais marcante no jornalismo aconteceu em 1977. “A ideia era simples, mostrar a poluição do Rio Atibaia. Mas para isso, tivemos a ideia, o (fotojornalista) Nelson Chinalia e eu, de descer o rio de barco, desde a nascente em Nazaré Paulista até chegar a Campinas”, lembra. Como o trajeto era perigoso, eles tiveram o apoio de mais dois barcos, com seis bombeiros, dando proteção. “Foi uma equipe muito legal. Nós levamos três dias para descer, encontramos muitas irregularidades, empresas poluindo o rio, fizemos uma série de denúncia apresentando uma semana de matérias. Foi algo que me projetou muito, chegamos até a final do Prêmio Esso. Foi muito marcante”, conta. No ano seguinte, Odair virou setorista do Guarani, escrevendo sobre o time diariamente. “Eu só tenho que agradecer. Afinal, como todos devem lembrar, em 1978 o time campineiro foi campeão brasileiro. Eu fui setorista do melhor time do País naquele ano, olha a minha sorte. Peguei o início da conquista de um time maravilhoso até a vitória, depois o acompanhei na Libertadores. Foi incrível.” Assim como os momentos foram gloriosos, o jornalista enfrentou histórias dramáticas, principalmente policiais. “Eu era repórter de Geral (Cidades) e nunca tinha feito nada na área policial, talvez por isso dois eventos me marcaram muito. Uma moça foi morta em um edifício comercial por um colega acidentalmente. Ele quis assustá-la, falando que era um assalto, e a arma acabou disparando e a acertou na cabeça em cheio. O repórter de Polícia não estava e eu tive que fazer. Foi terrível, uma cena horrorosa.” A outra reportagem que não sai da cabeça de Odair foi em Pirassununga. “Um casal de jovens foi assassinado e encontrado no meio do mato. A cidade inteira estava comovida, porque foi algo pavoroso que fizeram com eles. Foi um crime mal resolvido, muito estranho. Digo sempre que esses crimes me assombraram a vida inteira.” Essas são apenas quatro histórias da vida do jornalista. Existem outras 56 tão interessantes quanto à disposição do público. Afinal, com 60 anos, ele tem muita coisa para contar.AGENDE-SEO quê - Lançamento do livro Sessenta Crônicas de uma Vida, de Odair LeitãoQuando - Quarta-feira (21) , às 19hOnde - Livraria Cultura (Shopping Iguatemi, av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, fone 3751-4033)Quanto - Entrada Franca

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