Vozeirão

Joe Welch realiza lives musicais sexta e sábado

Os Joewelcheiros se reúnem há cerca de um ano e meio um grupo de aproximadamente 100 pessoas se reúne toda sexta e sábado para cantar e dançar

22/08/2021 às 10:22.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:35
Joe Welch: "Como as pessoas não podiam mais sair, usei a tecnologia para levar alegria para dentro das casas. Parece até programa de TV" (Divulgação)

Joe Welch: "Como as pessoas não podiam mais sair, usei a tecnologia para levar alegria para dentro das casas. Parece até programa de TV" (Divulgação)

A pandemia e o isolamento social afastaram o público das baladas. Será? Há cerca de um ano e meio um grupo de aproximadamente 100 pessoas se reúne toda sexta e sábado para cantar, dançar, se divertir com alta produção ao som de flashblacks e o efeito das luzes coloridas das discotecas. São os Joewelcheiros, conduzidos pela voz forte e a pegada internacional de uma cantora campineira que sabe agitar: Joe Welch.

Mas calma, tudo isso é feito à distância, cada um na sua casa! As famosas noitadas on-line criadas por ela tem uma produção tão caprichada que conquistou o público que gosta desse estilo musical, mesmo nessa fase em que ninguém aguenta mais lives...

Joe Welch completou em 2020 seus 25 anos de carreira, sempre focada na house music (um estilo musical vertente da música eletrônica) e nos flashbacks (palavra inglesa que significa retrospecto) dos anos 70 a 2000. Quando sobe ao palco – mesmo o virtual – incorpora as divas negras americanas que tanto admira, como Tina Turner.

Além do vozeirão, a escolha criteriosa dos hits e a banda (back vocal performática, violinista e percussionista) com um DJ mixando as bases ao vivo tornou suas apresentações inusitadas e disputadas até a chegada da pandemia. “Como as pessoas não podiam mais sair para se divertir, usei a tecnologia para levar alegria para dentro das casas”, conta.

O cenário, a produção, o som de qualidade, a iluminação e a interação com o público (via chat) diferenciam sua live. “Parece até um programa de TV”, diz Joe. O apoio técnico ela recebe do marido, Junior Kain, engenheiro de áudio. E tem dado certo, pois pelos vídeos que recebe dos fãs a produção em casa é igualmente esmerada: “montam barzinhos, luzes, se produzem, cantam e dançam junto, uma diversão.” Quando as transmissões eram feitas simultaneamente também pelo facebook, chegou a reunir mais de mil pessoas para acompanhar suas apresentações. Para contentar a todos, divide o repertório nos dois dias. Às sextas, canta anos 70/80 e, aos sábados, 90/2000, sempre as 20h30 pelo https://www.youtube.com/c/JoeWelch

Do lírico ao dance

Joecyl Welch Zago Guimarães é filha da soprano Cibele Delcanton, que faleceu em um acidente de carro quanto a filha tinha apenas dois anos de idade. Ela se formou em canto lírico e cantou pela primeira vez com o pai, em um casamento, quando tinha 15 anos de idade. “Ele foi o único da família que me apoiou para viver da música.” Mas como ópera é um mercado raro no Brasil, começou sua vida profissional em 1995 como integrante do Doo-Dad junto com Fernando Zuben. O grupo (de ópera dance) liderou as pistas na época mesclando dance music com canto lírico em seu repertório. Feliz com a escolha e a receptividade, comenta que sempre curtiu as baladas da adolescência, mas nunca imaginou que isso se tornaria seu nicho de trabalho.

Sua estrada é longa e variada. Foi cantora por três anos na banda do Domingão do Faustão, onde chegou a fazer dueto com o cantor italiano Eros Ramazzotti, uma de suas maiores emoções. Participou também do Musical Sallon Show do Hopi Hari e de vários programas de calouros da TV (como Fama, Pop Star, Ídolos, Raul Gil), mas nunca venceu, talvez pelo estilo de voz forte e a pegada internacional. Em 2010, fez show para um público de 70 mil pessoas no aniversário da Rádio Energia 97, em São Paulo. Gravou vários singles e, em 2014, chegou a gravar um álbum com músicas autorais. Atuou por vários anos como cantora da noite em Campinas.

Ponte Preta e Igreja

Ainda não identificou a voz de Joe Welch? Se já acompanhou algum jogo da Ponte Preta no Estádio Moisés Lucarelli, com certeza ouviu o hino remix do time, gravado com uma batida mais dançante em 1997 e tocado até hoje na abertura dos jogos. Ele foi feito voluntariamente em dueto por ela e Fernando Zuben, ambos pontepretanos. Mas sua vida nem sempre foi só alegria. Já chegou a ser quase excomungada pela Igreja Católica por pagar uma promessa.

Conhecida como “a voz da Ave Maria” na cidade, conta que rezou pela cura de um amigo, com a promessa de divulgar a música em seus shows. Com a prece atendida, cumpriu o prometido inserindo a interpretação de Ave Maria – em batida com DJ – nos shows de uma turnê, onde projetava a imagem de Nossa Senhora no fundo do palco. Entretanto, um dos shows foi em uma balada LGBT, o que lhe provocou uma tremenda dor de cabeça, sendo acusada de herege pela Igreja. Hoje consegue rir do episódio, mas na época ficou muito abalada.

O lado B da vida de artista

No começo da carreira, Joe foi questionada sobre seus planos para o futuro e comentou que gostaria de ganhar dinheiro para resgatar muitos animais da rua. Mais de 20 anos depois, ela conta que não ganhou dinheiro suficiente para manter um abrigo, mas já teve 17 cães em casa. Hoje são apenas sete, mas eles ainda alimentam sua paixão, tanto que se formou em Veterinária há dois anos.

Com a chegada do primeiro filho – hoje com 2 anos e meio – ainda não conseguiu “clinicar”, mas já faz planos para dividir a música com os animais. “As duas atividades fazem parte da minha alma”, confessa. Com a flexibilização da pandemia, a agenda de shows presenciais começa a ser planejada novamente. Entre várias consultas, o primeiro show presencial já foi marcado para sábado (28.08) em um pub paulistano. E ela aguarda a confirmação de outros, em eventos pela região.

ANOTE

Lives de Joe Welch: às sextas: anos 70/80; aos sábados, 90/2000, sempre às 20h30 em www.youtube.com/c/JoeWelch

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