Ítalo Hamilton Barioni e Carlos Alberto Cruz Filho são empossados como novos membros da ACL

Aconteceu nesta segunda-feira, 27, a cerimônia de posse dos dois novos membros da Academia Campinense de Letras (ACL). Ítalo Hamilton Barioni, o presidente-executivo do Correio Popular, e Carlos Alberto Cruz Filho, articulista e editor da coluna Xeque-Mate no jornal, agora ocupam cadeiras da instituição como acadêmicos. Durante a cerimônia, a dupla foi saudada e reconhecida por seu trabalho à frente do jornalismo campineiro, pelo seu valor literário e cultural.

A sessão solene, a última deste tipo que vai acontecer na casa em 2023, foi presidida e anunciada pelo presidente Jorge Alves de Lima. Segundo o presidente, os dois são nomes importantes do cenário da cultura de Campinas. "A Academia vai se enriquecer muito com a presença deles. Temos projetos futuros bastante ambiciosos, projetando a nossa Academia a nível nacional", detalhou ao Correio Popular. 

NOVOS IMORTAIS

Ítalo, cuja trajetória relembrada durante a apresentação do colega Antonio Contente, assume a cadeira 28 na Academia, que tem como patrono Pelágio Álvares Lobo. Nascido no município de Garça, o presidente do periódico passou a ser um leitor compulsivo depois de ser presenteado, ainda na juventude, com um exemplar de "20 mil léguas submarinas" de Júlio Verne. Depois, vieram clássicos da literatura brasileira, José de Alencar, Castro Alves e o amor pelas letras foi se fortalecendo.

Ele, que começou a carreira trabalhando como tipógrafo, fixou-se em Campinas e construiu aqui boa parte da sua história como administrador e empresário. Ao longo dos anos, inspirado por Ítalo Calvino, escreveu e publicou nas redes sociais uma série de crônicas e artigos sobre porque assistir a filmes clássicos (textos que serão reunidos em um livro). A proximidade com o texto o levou para o caminho do jornalismo. "Assumi o Correio Popular em uma situação dificílima, com o compromisso de recuperar e manter esse patrimônio histórico da cidade", compartilhou Ítalo, depois de empossado. O novo imortal da ACL agradeceu a família que estava presente, como filhos e netos, e lembrou ainda do pai já falecido. "Meu pai dizia que a vida era maravilhosa", reforçou, frisando em sua fala o termo acolhido pelo patriarca. "Vocês vão ter que me aturar, porque agora sou imortal", finalizou em meio a risadas.

A história de Carlos também foi registrada e celebrada durante a cerimônia em homenagem ao seu antigo professor da faculdade de Direito, João Francisco Régis de Moraes. O advogado e articulista dedicou sua vida à gestão pública e trabalhou nas três esferas de poder, legislativo, judiciário e executivo - neste, foi vice-prefeito de Campinas. "Fui impactado, ainda jovem, por uma canção de Gilberto Gil: 'Expresso 2222'. Aceitei a proposta de Gil e embarquei no expresso rumo ao que o futuro me reservava. Hoje, considero que o depois é o agora, e desembarquei do expresso para olhar ao passado que marcou e justifica a honraria que recebi", contou. Ele lembrou o escritor e jurista Ruy Barbosa, patrono da cadeira 15 que agora ocupa, e Rubem Alves, que também passou pelo assento. "Este passado impõe a mim uma responsabilidade imensa sobre a cadeira que vou ocupar", acrescentou, consolidando os compromissos com a ACL.

PEDIDO DE CASAMENTO

Houve uma quebra de protocolo surpreendente durante a cerimônia, mas por um motivo bastante nobre. Durante um terno momento de seu discurso, Ítalo pediu em casamento a companheira Aline de Oliveira Rodrigues, diretora comercial do Correio Popular. "Eu tinha decidido me aposentar até que conheci a Aline. Ela transformou os meus planos", dividiu com a plateia. A resposta foi tímida diante de tantas pessoas que esperavam o retorno, mas a agora noiva aceitou, completando a comemoração.

MÚSICAS ITALIANAS

Para fechar a noite, veio o recital comandado pelo músico lírico Alcides Acosta, acompanhado pela pianista Ana Luísa Braga. A seleção para o programa foi temática: o repertório foi todo italiano, a pedido dos dois novos membros. "É um repertório muito interessante para ocasiões festivas. Ficam entre o solene e a celebração", explicou o músico. "Torna a Surriento" (E. De Curtis) e "Caruso" (L. Dalla) foram alguns dos clássicos da Itália interpretados, assim como "Volare" (Nel blu dipinto di blu), de D. Modugno. Nesta última, a plateia foi convidada a cantar junto. Ao piano, Ana Luísa interpretou peças de Chopin, Beethoven e Franz Liszt, complementando o momento musical e finalizando a cerimônia.

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