REPERCUSSÃO

Interativo, espetáculo 'Campignólia' conquista público

Espetáculo encerra primeira temporada neste sábado (27) com suas sessões: montagem, que envolve os grupos Dupla Cia. de Teatro e Família Burg, é uma viagem no tempo

Delma Medeiros
delma@rac.com.br
27/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:56

Cena da peça 'Campignólia', a história do comendador Despenteado, que sonhava se tornar barão (Paula Poltronix/Divulgação)

Uma experiência histórico-ficcional-cultural e muito divertida. Acompanhar 'Campignólia', a história do comendador Despenteado — que sonhava se tornar barão e, para tanto, adquire o castelo que foi a moradia do campineiro Barão de Itatiba e tenta reproduzir, com sua família, a trajetória de vida do barão original —, encenada nos corredores e escadarias do Palácio dos Azulejos, sede de Museu da Imagem e do Som (MIS), é uma espécie de viagem no tempo. A montagem, que envolve os grupos Dupla Cia. de Teatro e Família Burg, tem dramaturgia e direção de Pereira França Neto, mais conhecido como palhaço Tubinho, descendente de tradicional família circense e referência no circo-teatro. O ocupação interativa do Palácio dos Azulejos encanta adultos e crianças e promove alguns sustos bem reais. “Não tem graça, não brinca com isso pois você sabe que me assusto facilmente”, reclamou uma garota para o namorado que entrou na vibração do espetáculo, na sessão da última quinta-feira (25), e se divertia em assustá-la logo depois da travessia de um corredor escuro e fantasmagórico, como se autodefine a comédia de circo-teatro. Mas, no final, sobrou encantamento para a plateia. “Foi muito bom, divertido, natural. Também gostei de conhecer o MIS, o prédio é muito bonito”, disse a aposentada Elenir Aparecida Ortolan. “Fiquei surpresa, só tinha ouvido falar sobre o trabalho dos grupos, nunca tinha visto. Achei sensacional o modo como ocuparam o espaço, como construíram a dramaturgia. O tempo todo não deixaram o espetáculo cair. A gente ria, chorava, uma emoção. Foi lindo”, disse a pesquisadora Amanda Cotrin. “Foi muito legal e achei ótima a ideia de ocupar o MIS, pela importância histórica do prédio. Um ótimo espetáculo, muito divertido” , avaliou o professor Rodolfo Formigari. “Não conhecia este prédio, é um espaço muito legal, que pretendo visitar outras vezes. E de quebra este espetáculo excelente. Adorei, foi um dos melhores que já assisti”, afirmou o estudante de mestrado Ricardo Soldera. Para Guga Cacilhas, a resposta do público superou as expectativas. “Na quarta-feira fizemos uma pré-estreia para grupos de terceira idade. E eles ficaram meio retraídos, talvez por não estarem habituados com teatro. Já hoje (quinta), com o nosso público, deu para sentir a energia, a vibração. As pessoas riram, interagiram, aplaudiram várias piadas em cena aberta. Estamos muito satisfeitos com o resultado.” A ocupação do Palácio dos Azujelos foi proposital. O prédio funciona como mais um personagem. A ideia surgiu depois que Guga assistiu a um espetáculo naquele local e propôs aos grupos produzir algo inusitado, que reunisse na mesma partitura artística o cenário do prédio centenário, o percurso itinerante pelo espaço e a estética do circo-teatro. “Apresentar espetáculos em espaços alternativos não é novidade, muitos grupos investem nessa prática, mas juntar isso com a linguagem do circo-teatro é inédito. Juntas, duas estéticas tradicionais se tornam inovadora”, apontou a atriz Fernanda Jannuzzelli, que dá vida a Magnólia, a megera que quer que o marido se torne barão e mude o nome da cidade para “Campignólia, a cidade da baronesa”, em sua homenagem. Segundo Tubinho, o aspecto sobrenatural ajuda o público a entender quem são essas pessoas que habitam o casarão, qual a relação delas com o prédio e com a história. “A montagem transita pelo suspense, terror, comédia, chanchada e melodrama, bem na linha do circo-teatro”, colocou o diretor. O espetáculo encerra a primeira temporada com duas sessões neste sábado (27), às 20h e meia-noite. A entrada é franca e as senhas, limitadas a 60 pessoas, começam a ser distribuídas uma hora antes das sessões. O Palácio dos Azulejos fica na Rua Regente Feijó, 859, Centro de Campinas (fone: 3733-8800).

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