Sesc Campinas

Ieda Cruz e a Banda Nêga Madame resgatam a música dos bailes black

Apresentação gratuita será neste sábado (6), a partir das 16h, no jardim do Galpão Sesc Campinas

Cibele Vieira
05/08/2022 às 15:33.
Atualizado em 05/08/2022 às 15:45
A cantora Ieda Cruz e a Banda Nêga Madame resgatam a música dos bailes black e neste sábado trazem gratuitamente seu som suingado para os jardins do Sesc Campinas (Tatiana Ribeiro)

A cantora Ieda Cruz e a Banda Nêga Madame resgatam a música dos bailes black e neste sábado trazem gratuitamente seu som suingado para os jardins do Sesc Campinas (Tatiana Ribeiro)

Eles completam 20 anos de estrada e com a mesma proposta: divulgar a black music em suas mais diversas tendências. Este é o projeto traçado pela cantora Ieda Cruz com a banda Nêga Madame, que desde 2002 vêm resgatando a sonoridade da música brasileira suingada, ou a "musica para dançar", como ela diz. O grupo se apresenta neste sábado (6), a partir das 16h, no jardim do Galpão do Sesc Campinas, onde será possível curtir o som gratuitamente e até dançar, sob a sombra das árvores, ritmos como sambalanço, groove, swing, soul e samba-jazz.

"A música brasileira é muito influenciada por essa mistura de ritmos africanos e eu me apaixonei por isso, influenciada principalmente por Elza Soares e Jorge Ben Jor, então digo que fui forjada como cantora nesse tipo de música, me identifico muito", conta Ieda. O show, de 90 minutos, tem um repertório com canções autorais de Ieda Cruz (que já gravou o disco "Decote" em 2011) e com releituras cheias de balanço de compositores internacionais como Bill Withers e Stevie Wonder, e também nacionais como Jorge Ben Jor, Elza Sares, Gilberto Gil e Gerson King Combo. 

Nêga Madame é o nome da banda que nasceu em 2002 e atualmente é composta por nove músicos, todos residentes em Campinas. "O nome escolhido procurou valorizar o trabalho da banda e dos ritmos que toca. Foi um nome carregado de carinho e apreço, de reconhecimento da herança cultural afro-brasileira e de sua imensa riqueza musical.", explica Ieda. Inicialmente, as apresentações eram com baixo, piano, bateria, guitarra, percussão, voz e violão. Depois, incorporou os sopros (metais) para dar uma caracterização mais original ao grupo. A banda já se apresentou em várias cidades do interior paulista e também no Rio de Janeiro. 

As músicas autorais de Ieda - que compoem o álbum "Decote" - contam histórias de amor e desamor e também trazem crônicas leves e dançantes de fatos cotidianos. "O fio condutor dessas composições é o som, as influências que a música brasileira incorporou, com um recorte para o soul music e suas variações", relata. Ela relembra que "esses ritmos tinham ficado esquecidos no passado, mas por volta de 2010 houve um movimento que resgatou com muita força essa sonoridade batizada de música black e, além de das bandas, houve o trabalho dos DJs que garimparam versões raras que passaram a ser revistas". 

Uma vida na música

Ieda veio bebê para Campinas (nasceu em Maringá, PR) e começou a estudar violão ainda criança. Quando fazia o curso de Ciências Sociais na Unicamp, passou a ter contato com os músicos que circulavam pelo campus e também com os DJs da antiga Rádio Muda. Foi nesse contexto estudantil que ela participou de sua primeira banda, a Zumbido no Ouvido. Como também atuava como performer circense, chegou a ficar um ano em Barcelona com outra banda, a Muamba de Quizumba, fazendo apresentações pela Europa. A formação em Música só veio mais tarde, em 2017. 

"Nêga Madame tem um papel importante no cenário musical da região, com um trabalho fortemente influenciado pelo groove da soul music e pela sofisticação do samba-jazz de meados dos anos 1960 até as vertentes contemporâneas", ressalta o produtor musical Arthur Amaral, da Zumbido Cultural. Ele diz que a banda "se destaca pelos arranjos e boa execução, mostrando que a voz potente pode ser deliciosamente enérgica e ao mesmo tempo suave, levando um balanço mais que convidativo aos ouvidos". 

A composição atual tem Ieda Cruz (voz/violão), Felipe Fidelis (baixo), Josimar Pereira (guitarra) Cleberson Abade (teclados), Elthon Dias (bateria), Elcyr Conrado (percussão), Glaucio Sant'ana (trombone), Tiago Rosa (trompete) e Weber Marely (saxofone). 

PROGRAME-SE
Ieda Cruz e Banda Nêga Madame

Quando:sábado, 06/08, às 16h
Onde: Sesc Campinas (Jardim do Galpão) - Rua Dom José I, 270/333, Bonfim
Entrada Gratuita
Informações: 3737-1500 - Instagram: @zumbidocultural

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