'How to Get Away With Murder' chega ao Brasil pelo canal Sony

Ainda há séries que precisam “se provar” antes no país de origem e, mais do que isso, serem reconhecidas pela crítica, principalmente em premiações, para garantir suas exportações. O mais recente caso desse “fenômeno” chamado “melhor não arriscar ainda” e “pronto, agora vamos comprar os direitos” é 'How to Get Away With Murder'. A produção, estrelada por Viola Davis como uma poderosa advogada criminal e professora de Direito Penal de uma das mais conceituadas universidades de advocacia dos Estados Unidos — e que estreou em setembro no canal ABC —, precisou garantir bons números de audiência (14 milhões de espectadores na estreia e média de 9 milhões na temporada), ser renovada para a segunda temporada e ainda render a protagonista o SAG Awards de Melhor Atriz em Drama — e uma indicação ao Globo de Ouro — para chegar ao Brasil. Portanto, a série teve sua estreia no canal Sony na última quinta-feira (5), às 21h30. O enredo do seriado pode até não ser original — acompanha Annalise Keating (Viola) e o grupo dos melhores estudantes da instituição selecionados por ela para trabalhar em seu escritório (sim, o mesmo start até mesmo de Legalmente Loira) —, mas há dois dramas correndo paralelamente aos julgamentos de assassinatos que tornam a série bem interessante. Sem contar, claro, da impressionante interpretação de Viola Davis, ora sedutora, ora meticulosa, poucas vezes, mas certeiras, também frágil.   Aliás, a série é praticamente toda em flashback, já que o presente — e o que abre a produção — é a cena dos quatro melhores alunos de Annalise tentando resolver o que fazer com um misterioso corpo. Ao que tudo indica, eles acabaram de cometer um assassinato e, obviamente, não querem ser descobertos. As cenas são apenas vislumbres do que aconteceu, e são inseridas no decorrer de cada episódio como pílulas que servem para explicar e contextualizar o público. Porém, não se engane. As reviravoltas são constantes e, muitas vezes, o que parece em um episódio vai significar outra coisa no futuro.   Além disso, há um segundo assassinato, explorado principalmente a partir do segundo episódio, que vai ligar as duas tramas e mais gente do que se imagina. Tudo isso em um período de apenas três meses, já que esse é o tempo que série volta ao passado — o primeiro dia de aula. Há bastante suspense no que vem a seguir, superando os fracos momentos de alguns julgamentos que são resolvidos com muita facilidade por estudantes teoricamente despreparados. Esses, sem dúvida, são os únicos momentos que tornam Murder uma série duvidosa — e até um pouco teen mesmo com o contexto pesado.   Claro que os estudantes tem certos recursos, como parentes do ramo, dinheiro e até um QI elevado, que podem colaborar na hora de ajudar Annalise e conquistar o afeto dela, mesmo assim, as coisas acontecem rápidas e fáceis demais em certas ocasiões. E o recurso do sexo já está mais do que batido para conseguir dados sigilosos de julgamentos grandiosos, então não convence.   E só para você saber, o elenco da produção conta com atores conhecidos dos fãs de séries. Entre eles, o braço direito de Annalise é Bonnie Winterbottom, interpretado por Liza Weil (Gilmore Girls), a rebelde Rebecca Sutter é interpretada por Katie Findlay (The Carrie Diaries) e há ainda o estudante Asher Millstone, vivido por Matt McGorry, que, até então, estava no elenco Orange is the New Black.   Arrisque, veja mais de um episódio. Vale a pena.