CADERNO C

Histórias em quadrinhos: estilo literário que desperta paixões

12ª Feira de HQs reúne hoje 30 expositores na Biblioteca Pública Prof. Ernesto Manoel Zink, em Campinas

MARIANA CAMBA [email protected]
15/02/2025 às 11:49.
Atualizado em 15/02/2025 às 11:49
Suze Elias, responsável pela Biblioteca Municipal, é amante das Histórias em Quadrinhos e acredita que essas publicações estimulam o hábito da leitura (Divulgação)

Suze Elias, responsável pela Biblioteca Municipal, é amante das Histórias em Quadrinhos e acredita que essas publicações estimulam o hábito da leitura (Divulgação)

Suze Elias, responsável pela Biblioteca Municipal Prof. Ernesto Manoel Zink, tem amor pelas histórias em quadrinhos, que ela descreve como tendo um estilo de leitura único e fluido, lúdico em meio às ilustrações, capaz de transitar entre os mais diversos gêneros: das tradicionais histórias infantis aos contos de suspense, terror, comédia e romance. É para mostrar a diversidade das produções nacionais que Suze organiza a 12ª edição da Feira de Histórias em Quadrinhos (HQ), que acontece hoje na Biblioteca Municipal Zink, das 11h às 18h. 

Para Suze – que trabalha com quadrinhos há mais de 20 anos as —, HQs podem transportar o leitor para um outro universo, em que tudo pode acontecer, e a proposta é que a feira seja apenas o fio condutor dessa atividade. “As histórias em quadrinhos são parte importante para a formação do leitor. Muitos dos que têm hoje esse hábito começaram com uma HQ. Poder preservar essa porta de entrada é a minha missão.” 

O evento gratuito integra a comemoração do Dia do Quadrinho Nacional, celebrado no último dia 30, e tem o objetivo de disseminar a leitura das obras brasileiras, para que sejam cada vez mais difundidas e consumidas. 

Participarão cerca de 30 expositores, de Campinas e região, que vão levar parte de suas produções independentes, e a expectativa é receber 400 pessoas. A biblioteca será reorganizada para o evento. Cada autor terá uma mesa para apresentar suas produções e os materiais de promoção.

VOCAÇÃO E TRABALHO 

O roteirista, editor e professor de histórias em quadrinhos, Daniel Esteves, será um dos expositores da feira, pela terceira vez. O amante das HQs tem uma editora independente, assim produz as próprias obras e as de outros autores nacionais. Esteves também ensina ilustração e se faz presente nas demais áreas que circundam o universo dos quadrinistas. Ele se define como leitor de HQs “desde sempre”. Foi nesse universo que encontrou sua vocação e o hábito de ler regularmente. Hoje, também é um contador de histórias, que usa a linguagem dos quadrinhos para representálas. Há 22 anos, o especialista está imerso nesse universo e, a cada nova experiência, diz aprender e gostar ainda mais desse campo de possibilidades, sem limites para a imaginação. 

Da concepção à finalização de uma publicação, o artista disse que o processo demanda muitas variantes, mas considerando um quadrinho de 80 a 100 páginas, a produção pode levar até um ano. Sendo assim, eventos como o de Campinas são de extrema importância por dar luz às produções nacionais. 

Esteves garante que a região de Campinas é um cenário efervescente de quadrinhos, por isso a importância de fomentar mais eventos públicos. Para ele, as HQs feitas por brasileiros ganham espaço em todos os gêneros e formatos, e vêm conquistando maior notoriedade nos últimos 10 anos. O empecilho, acrescentou, está nas limitações financeiras e, por isso, defende a necessidade de mais incentivos públicos para o desenvolvimento desse setor no Brasil. 

As obras do roteirista estão distantes do universo infantil. Seu foco são histórias curtas e médias. Sua obra “Último Assalto” é um drama policial ambientado na cidade de São Paulo. Tem também o “KM Blues”, um quadrinho de viagem, em que o personagem é um músico frustrado tentando se reencontrar. Outro é sobre a história de mortos vivos ambientada na “São Paulo dos Mortos”. Esteves usa das referências locais e regionais como cenário para os seus contos e personagens. 

Ao definir as HQs como a sua paixão, ele não se considera um colecionador, mas sim um leitor assíduo, o que faz com que compre muitos exemplares. Para ele, o importante são as boas histórias, sejam elas de onde forem, dentro da linguagem dos quadrinhos. 

BIBLIOTECA ZINK 

A Biblioteca Municipal Ernesto Zink tem a Gibiteca – espaço destinado especificamente aos quadrinhos, tanto em português como inglês, espanhol e alemão. 

Segundo Suze Elias, o acervo do município conta com 15 mil exemplares e, dentre os seus favoritos, estão Jeremias Pele, Chico Bento: Pavor Espaciar e Turma da Mônica. Muitas das publicações são raras por terem a dedicatória de seus autores. O local também guarda HQs que não serão mais editadas, o que as torna muito importantes. Para quem tem interesse em conhecer o acervo de quadrinhos do município, a Gibiteca fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

PROGRAME-SE 

12ª edição da Feira de Histórias em Quadrinhos 

Quando: Hoje (dia 15), das 11h às 18h 

Onde: Biblioteca Pública Municipal Prof. Ernesto Manoel Zink, na Avenida Benjamin Constant, nº 1.633, Centro. 

Entrada gratuita. 

Informações: Biblioteca, fone 2515-7091

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