CADERNO C

História das procissões em Campinas ganha destaque em exposição

Mostra reúne acervo de museus da cidade e permanece aberta à visitação até maio do próximo ano, com entrada gratuita

Mariana Camba/[email protected]
03/06/2025 às 16:08.
Atualizado em 03/06/2025 às 16:08
A exposição convida o público a uma imersão no imaginário religioso popular e nas camadas sociais e culturais do interior paulista (Divulgação)

A exposição convida o público a uma imersão no imaginário religioso popular e nas camadas sociais e culturais do interior paulista (Divulgação)

A tradição religiosa das procissões ganhou destaque com a exposição “O Santo, a Rua e a Festa”, inaugurada no Museu Universitário da PUC-Campinas, no último mês. A mostra reúne imagens de santos do período barroco utilizadas nas marchas solene, fotos e registros de procissões de séculos passados na região de Campinas, e objetos utilizados durante a caminhada, como o andor. As peças são do acervo do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Campinas (MAASC) e permanecerão expostas até maio do próximo ano. A entrada é livre e gratuita, com visitas mediadas e pré-agendadas. 

A exibição conta com 12 imagens de santos dos séculos XVIII e XIX, como a de Nossa Senhora da Conceição — antigo patrimônio da Catedral Metropolitana de Campinas. Dentre elas, há imagens de roca e de vestir, que acompanham perucas feitas com cabelo real, roupas e acessórios. Há também um mosaico com 30 registros de procissões que foram realizadas no município e região, entre 1890 e 1970 – a foto mais antiga registra uma marcha solene na saída da capela de Sousas, em 1890. Muitas das imagens são do acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas e do Centro de Memória da Unicamp. 

A mostra também conta com prataria, estandarte e outros elementos e objetos característicos da caminhada religiosa, além de recortes de jornais das décadas de 1870 a 1890, que convidavam a comunidade local a participar das procissões. O conjunto dos itens forma a base da narrativa expositiva da comunidade católica do Interior paulista e proporciona uma imersão no imaginário religioso popular brasileiro, nos aspectos social, cultural e artístico local. A curadoria é de Renan Treft e Rodrigo Santos, também coordenador e responsável pelo Museu Universitário da PUC-Campinas. 

Segundo Santos, a ideia da exposição surgiu com o objetivo de trabalhar a representação das imagens devocionais nas procissões, comuns nas cidades do Interior, como Campinas. “Essa tradição permeia a histórica do município e a construção da comunidade católica local. Por isso, é uma exposição que também conta parte da história desse território.” 

A ideia de visitas agendadas e mediadas foi uma estratégia para possibilitar o diálogo com o público, acrescentou, que ao comparecer traz suas histórias e vivências que se entrelaçam com os registros e momentos representados. Como o Museu Universitário está fechado para restauração no momento, a mostra está sendo exibida em um dos dois espaços expositivos do prédio da reitoria da PUC-Campinas, localizado no Campus I. 

As visitas à exposição duram entre 40 e 60 minutos e são realizadas com grupos de até 20 pessoas. A cada semana, os dias e horários se alternam de acordo com a preferência e disponibilidade do público. Para participar, basta entrar em contato com o museu por e-mail ou telefone. Nesta semana, os grupos serão recebidos hoje (dia 3), amanhã (dia 4) e no próximo sábado (dia 7).

PROGRAME-SE 

‘O Santo, a Rua e a Festa’ – Imagens de Roca e de Vestir e as Devoções Populares no Interior Paulista 

Quando: Visitação nesta semana: hoje (dia 3),das 18h às 20h, amanhã (dia 4),das 11h30 às 13h, e no próximo sábado (dia 7), das 9h às 12h 

Onde: PUC-Campinas, Campus I - Prédio da Reitoria da Universidade. 

Entrada gratuita e livre, mediante agendamento prévio via e-mail: [email protected] ou pelo telefone 19 3343-5855.

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