CINEMA

Halle Berry protagoniza 'Chamada de Emergência'

Atriz está no Brasil desde a última terça-feira (9) para lançar o thriller que chega a Campinas nesta sexta

Fábio Trindade
12/04/2013 às 17:06.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:34
Halle Berry em cena do filme 'Chamada de Emergência', que tem direção de Brad Anderson (Divulgação)

Halle Berry em cena do filme 'Chamada de Emergência', que tem direção de Brad Anderson (Divulgação)

Após receber o Oscar de melhor atriz por sua performance em A Última Ceia, em 2002, Halle Berry passou a ser lembrada principalmente por fazer parte da tal maldição do mais cobiçado prêmio da indústria cinematográfica. Alguns astros, como Renée Zellweger e Cuba Gooding Jr, depois de ganharem o prestigiado prêmio da Academia de Cinema de Hollywood, atuaram apenas em produções consideradas um fiasco. No caso de Halle, a atriz protagonizou 007 – Um Novo Dia Para Morrer, um dos piores da franquia, os criticados Na Companhia do Medo e Mulher-Gato, além de Dark Tide – Águas Profundas, lançado direto em DVD.

No Brasil desde a última terça-feira (9) para lançar a mais nova empreitada, o thriller Chamada de Emergência (The Call, EUA, 2013), com estreia hoje, Halle, que interpreta Jordan Turner, uma experiente operadora do sistema de chamada de emergência norte-americano (911) que precisa lidar com o pedido de socorro de uma adolescente, garante que a originalidade da história fará o sucesso do longa. Em entrevista exclusiva ao Caderno C, a atriz acredita que embarcar em um universo desconhecido ( no caso, o dos atendentes), mas que, ao mesmo tempo, faz parte da rotina de todos, por tratar-se de um serviço essencial, conecta o público com a história.

“É a primeira vez que vamos ver essas pessoas, onde eles trabalham, quem eles são. Isso vai nos permitir entender o caminho que eles precisam seguir para não deixar determinadas situações ultrapassarem o limite emocional e pessoal”, afirma. Para transmitir essa sensação, Halle passou meses no serviço de atendimento, chegando a participar de alguns treinamentos e conversar com diversos operadores. “Eu fiquei do lado deles, ouvi chamadas em tempo real. Estive nos programas que todos os atendentes precisam passar, sentei com eles em algumas sessões para tentar absorver o máximo que eu podia.” O trabalho foi tão intendo, que Halle sentiu a necessidade de ter uma sessão exclusiva do filme para os operadores. “Eles vieram do país todo para ver e sentiram muito orgulho, porque foi como se o trabalho que eles fazem diariamente finalmente tivesse sido reconhecido.”

Chamada de Emergência, entretanto, está longe de retratar apenas esse universo. Afinal, estamos diante de um thriller. A adolescente que pede ajuda é Casey Welson, vivida por Abigail Breslin, a garotinha de Pequena Miss Sunshine, agora com os seus 16 anos, que acaba de ser sequestrada. A situação fica ainda mais complicada porque Jordam percebe que essa não é a primeira vez que ela se vê diante de uma situação tão grave. Para salvar a vida da menina, ela precisará lidar com uma conhecida voz do passado.

Como praticamente toda a trama acontece por meio de uma ligação, o maior desafio para a atriz foi atuar com alguém que não estava na mesma sala. Aliás, exatamente um dos motivos que colocou Halle no filme. “É um jeito diferente de trabalhar e que eu não tinha feito ainda na minha carreira. Quando li o roteiro, foi o que me instigou e foi uma das razões para eu aceitar o papel.” Para entregar um bom resultado, Abigail, revela Halle, foi essencial. “Tudo funciona quando você trabalha com alguém que está dando 100% dela no projeto. Ela é tão jovem e tão dedicada, que aparecia nos dias de folga para fazer as ligações para mim. E eu acabei fazendo a mesma coisa para ela. Então nós estávamos lá uma para a outra no final, apesar de não aparecermos juntas na tela. Só assim nós conseguíamos sentir a energia uma da outra. Foi uma honra para mim.”

O longa é dirigido por Brad Anderson, que tem no currículo O Operário, com Christian Bale, mas é conhecido principalmente por trabalhos na TV, como as séries Boardwalk Empire, Alcatraz e Fringe. “Eu já era fã dele porque eu amo o fato dele ter um qualidade artística muito peculiar na forma de trabalhar. Tanto que isso foi pedido a ele, para trazer essa singularidade ao filme, mas também com um apelo comercial. Esses tipos de suspense precisam de um valor comercial, é inegável. Mas eu sempre soube, de alguma forma, que Brad seria capaz fazer de Chamada de Emergência algo diferente.”

Sucesso

Chamada de Emergência tem tudo para ser uma luz na carreira de Halle. O filme estreou nos Estados Unidos em 15 de março e surpreendeu ao cobrir o modesto custo de US$ 13 milhões da produção logo no primeiro final de semana. Nos primeiros três dias, o longa faturou US$ 17,1 milhões e, com quatro semanas em cartaz, acumula cerca de US$ 40 milhões de bilheteria, mesmo com o lançamento de blockbusters como G.I. Joe: Retaliação e a animação Os Croods. Não que isso, afirma a atriz, vá mudar a forma como ela administra a carreira.

“Eu sou bem crescida para assumir as responsabilidades das minhas escolhas e preciso seguir em frente, partir para o próximo filme (risos)”, responde ela, de forma descontraída, ao ser questionada sobre outras produções em que atuou que não deram tão certo. “Eu nunca deixei essa pressão (do Oscar) me pegar, até porque eu sei que é impossível você transformar todas as suas atuações dignas de um prêmio. Eu amo o fato de ter ganhado um Oscar, claro, eu me orgulho muito disso, mas eu levo a minha carreira da mesma forma que eu sempre levei.” Exatamente por isso, Halle confessa atuar em algumas produções com um pensamento exclusivamente comercial. “Eu faço as coisas que eu quero fazer. Algumas vezes, faço filmes porque é a forma que eu escolhi viver. Não se trata apenas de um hobby, eu preciso ganhar dinheiro para sustentar a minha família. Não é algo que eu faço pensando em prêmios. Tem coisas mais reais que eu preciso pensar para viver a minha vida.”

E os trabalhos não param. Grávida de três meses do segundo filho, na próxima semana a atriz retoma a personagem Tempestade na nova produção da franquia X-Men, seu último trabalho em 2013. “Sempre penso em fazer coisas diferentes e interpretei muitas mulheres guerreiras, fortes nos últimos anos. Estou na estrada há 25 anos e aprendi que você tem que fazer o seu melhor, sempre. Mas muitas coisas estão por vir em 2014. Vou me empenhar em alguns trabalhos bem diferentes." Vamos esperar.

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