Coletivo de atores-pesquisadores com sede em Campinas mostra repertório e atividades de formação
O Lume Teatro (Prêmio Shell 2013) – coletivo de atores-pesquisadores considerado referência cultural na cena nacional e no exterior, com sede em Campinas – está no Rio de Janeiro, neste mês, com espetáculo e atividades de formação. Com a montagem "O Não lugar de Ágada Tchainik”, solo da atriz Naomi Silman, e a oficina "Da Energia à ação - O Sentido Cômico do Vorpo", ministrada pelo ator Carlos Simioni, o grupo da Unicamp participa do projeto Ocupação PAM (Primus Arte Movimento) no Teatro Glauce Rocha. No Studio Oficina, o ator Jesser de Souza realiza a oficina "Treinamento técnico para o ator". As informações são da assessoria de imprensa.
Solo
“O Não lugar de Ágada Tchainik" tem direção da canadense Sue Morrison, diretora artística do Theatre Resource Centre em Toronto, que é conhecida mundialmente por seu método de trabalho “O Clown Através da Máscara” - que mescla a tradição do clown sagrado das tribos indígenas norte-americanas com a do clown europeu.
O solo traz Ágada Tchainik (Naomi), compulsiva, à beira de um ataque de nervos. Com sua fala errante, ela torna o público seu grande parceiro, com quem interage, ora convocando sua ajuda, ora implicando com algum espectador, ora provocando, rindo, brigando.
Corpo cômico
A oficina “Da energia à ação e o sentido cômico do corpo”, ministrada por Carlos Simioni, também do Lume, propõe uma imersão no próprio corpo: suas sensações, qualidades de energia, dinâmica, precisão, movimento no tempo e no espaço, criação e manutenção de presença, o trabalho com articulações, a tri-dimensionalidade do corpo, bem como a utilização de elementos externos, como imagens, músicas e objetos. “A partir das diferentes qualidades corporais que cada um desses estímulos sugere, iniciaremos a construção de um repertório corporal individual com foco no universo cômico”, adianta Simioni.
Brincante e cavalo-marinho
Na oficina “Treinamento técnico para o ator”, Jesser, quem também integra o Lume Teatro, utiliza os princípios da linguagem dos brincantes e alguns elementos da dança nordestina cavalo-marinho (seu objeto de pesquisa). “Vislumbro nesse universo uma base sólida do preparo corporal”, informa Jesser, acrescentando, ainda, temas básicos e relevantes para o treinamento, como aquecimento do corpo-mente e presença, dinâmica das ações no espaço e no tempo, articulações e segmentação corporal, modulação da energia, jogo entre atores, entre outros.
Lume
O Lume é um coletivo de sete atores que se tornou referência internacional para artistas e pesquisadores no redimensionamento técnico e ético do ofício. Um espaço de multiplicidade de visões que refletem as diferenças, impulsos e sonhos de cada ator.
Ao longo de quase 30 anos, tornou-se conhecido em mais de 26 países, tendo atravessado quatro continentes, desenvolvendo parcerias especiais com mestres da cena artística mundial. Criou mais de 20 espetáculos, dos quais mantém 14 em repertório, que circularam por todos os grandes festivais do país e do exterior e foram contemplados nos mais importantes prêmios e editais.
Por meio de uma abordagem pessoal do trabalho de ator - que busca expandir os limites físicos e vocais -, o LUME construiu espetáculos de grande expressividade, que muitas vezes rompem as formas convencionais de relação com o espectador.
De sua sede em Barão Geraldo, distrito de Campinas, o grupo desenvolve e difunde sua arte e metodologia através de oficinas, demonstrações técnicas, intercâmbios de trabalho, trocas culturais, assessorias, reflexões teóricas e projetos itinerantes, que celebram o teatro como a arte do encontro.