Grupo de São Paulo mostra suas canções em festa

A banda paulistana Aláfia faz show de lançamento de seu segundo álbum, 'Corpura', neste sábado (9), dentro da programação do arraial afro-julino Jongo Dito Ribeiro. O novo disco mantém a característica do grupo de, tanto nas melodias como nas letras, fazer referências ao candomblé, mas não é voltado aos orixás. “'Corpura' aborda temas políticos e questões atuais relevantes, como fé, raça. Alguns assuntos são tratados de forma bem direta”, afirma Eduardo Brechó, guitarrista e um dos vocalistas da banda. Ele explica que o grupo está trabalhando o lançamento do novo álbum desde setembro do ano passado. “Para nós é uma alegria fazer esse lançamento na Fazenda Roseira, local pensado desde o início. A Fazenda Roseira e a comunidade jongueira têm tudo a ver com o trabalho da Aláfia. Eles entendem com profundidade o que queremos dizer”, coloca Brechó. O disco estará a venda no local. Contemplado pelo programa Natura Musical e produzido por Alê Siqueira e Eduardo Brechó, o álbum traz o compromisso da banda não só com a ancestralidade e matrizes brasileiras, mas também com a necessidade do diálogo sobre a realidade cultural e social do País, com uma sonoridade que flerta com a black music carioca dos anos 1970 e o funk norte-americano e africano. É o “funk-candomblé”, como o grupo define seu estilo, que atinge sua maturidade. 'Corpura', ao mesmo tempo que incita à reflexão, é também um disco para dançar. O trio de vocalistas, Xênia França, Jairo Pereira e Eduardo Brechó canta acompanhado dos músicos Fabio Leandro (teclados), Filipe Gomes (bateria), Alysson Bruno e Pedro Bandera (percussão), Gabriel Catanzaro (baixo), Gil Duarte (trombone e flauta), Lucas Cirillo (gaita), Pipo Pegoraro (guitarra) e Vinicius Chagas (saxofone). Eles estão juntos desde 2011, quando esquentaram suas afinidades em uma temporada de shows no Bar B, no centro de São Paulo. Em 2013, lançaram seu primeiro disco homônimo, apresentado em diversas cidades do Brasil. Em 2014, a banda tocou para um público de 40 mil pessoas, no show 'Chico 70', em comemoração aos 70 anos do compositor Chico Buarque, no auditório do Ibirapuera. “As letras das canções da Aláfia não são apenas um convite à reflexão — sua verve crítica retrata, delata, expõe as contradições e tensões atuais da vida nas metrópoles brasileiras e soam como uma inevitável convocação”, diz o ex-titã Charles Gavin, que participou da comissão de especialistas do Natura Musical que recomendou a banda para receber o patrocínio do programa. Já na estrofe de abertura do álbum, Aláfia diz a que veio: “Pelas nossas contas, pelo nosso toque, nosso fio desencapou e você não escapa do choque...”. Segundo Gavin, o disco resulta da reunião de vários componentes. “Cada palavra, frase, nota, melodia, acorde, timbre, sopro, batida, virada que vai entrando, deixa claro que as influências dos integrantes os inspira na medida certa e os conduz firme à elaboração de seu próprio dicionário sonoro”, afirma Gavin. AGENDE-SE O quê: Banda Aláfia, no Arraiá Afro-Julino do Jongo Dito Ribeiro Quando: neste sábado (9), às 19h30 Onde: Casa de Cultura Fazenda da Roseira (Rua Domingos Haddad, s/nº, Residencial Parque da Fazenda, Jardim Ipaussurama) Quanto: R$ 10,00 ou 1 kg de alimento não perecível PROGRAMAÇÃO DO ARRAIÁ 12h: Terço a São Benedito 13h: Urucungus Puítas e Quijengues 15h: Jongo de Embú das Artes 16h30: Aureluce Santos 18h: Jongo de Pinheral 19h30: Aláfia 21h: Jongo de Tamandaré 22h30: Banda Choque Vermelho 0h: Comunidade Jongo Dito Ribeiro 1h30: Fuluke e a Máfia Africana 3h: Baque de Santa 4h: Marília Corrêa 5h: Bateria Alcalina No Porão, o DJ Barata recebe os DJs Samuca, Brechó, JP, Tayanara, Chakal. Canja e Canelinha grátis - de 22h às 23h30 e das 3h às 4h30