Glória Maria morre no RJ aos 73 anos

A jornalista Glória Maria, que por cinco décadas marcou presença na televisão com seu profissionalismo e carisma, morreu na quinta-feira (2) no Rio de Janeiro. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2019 e teve sucesso no tratamento de imunoterapia. "Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio", afirmou o comunicado da TV Globo, empresa na qual ela trabalhava desde 1970.

Glória fez história na televisão por seu pioneirismo em várias ocasiões. Ela foi a primeira repórter a entrar ao vivo em uma transmissão em cores, em 1977, assim como a primeira transmissão em HD da televisão brasileira, em 2007. Também foi a primeira a gravar em pleno voo uma matéria sobre o esporte radical de asa delta, em 1982. Ela iniciava assim um estilo próprio de fazer reportagens, muitas vezes vivenciando o tema, algo que não era comum no jornalismo brasileiro na época. 

Ao longo de 50 anos na TV, em que atuou como repórter e apresentadora, cobriu a Guerra das Malvinas, acompanhou chefes de estado, como o ditador militar João Figueiredo, que chegou a proferir palavra de cunho racista contra ela, e ainda entrevistou estrelas internacionais como Madonna, Michael Jackson, Elton John, Mick Jagger, Nicole Kidman e Leonardo Dicaprio. Glória ficou muito marcada por suas viagens ao redor do mundo e mostrou mais de 100 países em reportagens especiais e teve 15 passaportes preenchidos.

Inspiração

Em vídeo, o jornalista Pedro Bial, que trabalhou ao lado dela por 10 anos enquanto ambos apresentavam o programa Fantástico, lamentou a morte da amiga. "Ela sempre foi muito mais do que a Glória Maria pessoa, ela sempre foi a Glória Maria do Brasil representando algo muito maior do que ela como indivíduo. E só uma alma muito grande poderia comportar essa grandeza", declarou. Zeca Camargo, que também dividiu a bancada com a jornalista, deixou um adeus nas redes sociais: "Parceira de trabalho, de confidências, de risadas, de curiosidade, de aproveitar a vida. É assim que vou me lembrar sempre de Glória". Ela deixou duas filhas, Maria, de 15 anos, e Laura, de 14. Em uma entrevista recente, ela disse que fez tudo o que queria fazer na vida. O corpo da jornalista será velado em cerimônia fechada apenas para amigos e familiares.