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Fortim: Roteiro do Kite Surf

Localizada no Nordeste brasileiro, integrando aos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, a Rota das Falésias é formada por 13 municípios

Daniel de Camargo
28/10/2019 às 08:36.
Atualizado em 30/03/2022 às 14:07

Localizada no Nordeste brasileiro, integrando aos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, a Rota das Falésias é formada por 13 municípios. O roteiro conta com paisagens deslumbrantes, ao longo de 240 km de um litoral composto por 43 praias com águas calmas, clima quente e brisas constantes. O itinerário une Sol, praia, cultura, gastronomia, diversão e muita aventura. Entre as cidades, a pequena Fortim, no Litoral Leste do Ceará, que tem pouco mais de 16 mil habitantes e fica a cerca de 130 km da capital Fortaleza, tem se destacado por já ser considerada, entre seus praticantes, um paraíso para a prática do Kite Surf (esporte aquático que utiliza uma pipa e uma prancha - com ou sem alças). O industrial Johnny Pontes, de 61 anos, visitou Fortim pela quinta vez no início deste mês e uma nova hospedagem já está programada para novembro. Desde sempre, ressalta, teve veia esportiva. Antes do Kite Surf, desporto que pratica há aproximadamente um ano, focava mais no remo e esqui na neve. “O Kite é um mosquito que te morde e você não quer mais largar”, brinca o carioca. A modalidade, analisa, não é fácil porque requer respeito a natureza. Por isso, garante, preza pela segurança utilizando sempre os equipamentos de proteção como capacete. “É um esporte agradável”, afirma, comparando a sensação obtida a de dirigir uma moto. Johnny esclarece: “não se trata de um esporte barato”. Amigo do industrial, o corretor de seguros Amilcar Vianna, de 55 anos, estipula que o investimento inicial em equipamentos varia entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. “Como todo equipamento náutico tem tempo de vida”, acrescenta. Se usados da forma correta, projeta, a pipa e a prancha duram em torno de cinco anos. A verba, avaliza, é bem gasta. Vianna analisa o Kite Surf como um esporte democrático, pois pessoas de diferentes faixas etárias conseguem praticá-lo. Essa característica faz com que todos da família possam se divertir e exercitar juntos. Com uma certa idade, pondera ele, não dá mais para jogar futebol. O kite, certifica, é generoso nesse aspecto inclusive com os idosos. “Tem muita gente de meia idade praticando”, comenta. Em uma viagem para Arubinha - localizada em uma das margens da lagoa de Araruama, cidade a cerca de duas horas da capital do Rio de Janeiro, recorda, “vi um cara mais coroa do que eu (praticando o kite) e isso fez eu me aproximar”. Segundo Vianna, ele "mandava bem”. “Perguntei há quanto tempo ele fazia. Respondeu que há dez anos. Detalhe: ele tinha 75 anos”, lembra. “Ele começou com 65 anos. Como tenho 55, pensei: sou um menino perto desse cara”, brincou. Antes de iniciar, fez três aulas com um instrutor. Ele defende que e o acompanhamento é fundamental para aprender as técnicas. Infraestrutura A dupla e seus familiares se hospedaram no Jaguaribe Lodge & Kite, onde encontraram uma infraestrutura voltada para o kite, tendo à disposição instrutores e aparelhos compressores para encher as pipas, entre outros. O hotel foi construído em uma área de 80 hectares com uma extensão de 1,5 km de praia, lugar em que o rio se encontra com o mar. No momento, conta com 20 bangalôs, todos com vista para o mar, e feitos sobre palafitas para que a vegetação do local e as dunas permanecessem intocadas. O hotel oferece uma experiência ímpar de privacidade, ecoturismo, sustentabilidade e esporte. Proprietário do Jaguaribe Lodge & Kite, Celian Chaufour, de 47 anos, emprega aproximadamente 60 moradores da região, entre eles oito instrutores que atuam na Escola de Kite. “Todos falam, no mínimo, português e inglês”, comenta o francês. A exigência se dá pelo grande número de estrangeiros que lá se hospedam, em sua maioria compatriotas franceses. “Temos ventos leves e constantes, e mar raso", informa, classificando as condições como ideais o kite. O empresário salienta que os lodges possuem muxarabis que permitem a abundante circulação da brisa fresca e dispensam o uso de ar condicionado. Com mínimo de duas noites, as diárias são a partir de R$ 675. Informações: http://www.jaguaribelodge.com. Região Moradores da Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem fácil acesso a essa região do País pela Azul Linhas Aéreas. Há voos do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, até Recife. Na capital pernambucana, realiza-se uma conexão para Aracati - dependendo do dia - com rápida parada em Mossoró (RN). O trajeto de Aracati para Fortim leva poucos minutos de carro. Para mais informações: http://www.voeazul.com.br. Mais dicas Em Fortim, além do Kite, o turista pode visitar alguns lugares e neles conhecer pessoas como a guia Thaysmênia de Oliveira, de 25 anos. Ocasionalmente, a jovem vai lhe apresentar o 'Dicionário Cearense' com mais de 100 palavras ou expressões. “Ariado”, ensina, quer dizer “distraído”. Pela Alfredo Passeios, o turista pode fechar pacotes para até quatro pessoas conhecerem a região, incluindo Canoa Quebrada. Informações: (88) 99733-1120. O jornalista Daniel de Camargo viajou a convite da Azul Linhas Aéreas e Jaguaribe Lodge & Kite. Canoa celebra a liberdade na natureza Com pouco mais de 74 mil habitantes, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Aracati é a maior cidade da mesoregião do Jaguaribe, formada por 21 cidades no Litoral Leste do Ceará. Localizada a cerca de 150 km da capital Fortaleza, o município abriga entre suas oito praias, a famosa Canoa Quebrada. De acordo com a guia turística, Thaysmênia Oliveira, de 25 anos, a segunda praia mais procurada do estado, atrás apenas de Jericoacoara, situada em Jijoca de Jericoacoara. Fundada em 11 de abril de 1747, Aracati teve o núcleo urbano sede do município tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2000. Com 3 mil pontos comerciais, segundo a prefeitura, o turismo é uma das principais fontes da economia local. Lá, pontua Thaysmênia, viveram muitos coronéis que, posteriormente, deram nomes às diversas vias. Em uma delas, Rua Alexanzito, realiza-se o Carnaval cultural com miniescolas. Entre os pontos turísticos, destacam-se a Rua Broadway, a mais famosa de Canoa com lojas de artesanato e o Teatro Municipal, que leva o nome de Francisca Clotilde Barbosa Silva (1862-1935). Uma década de estilo francês no Ceará Outra opção de hospedagem em Fortim, é o Vila Sevalgem que completou dez anos em agosto passado. Com conceito contemporâneo, o hotel está instalado na Rua Ernestina Pereira, nº 401, na Praia de Pontal do Maceió. A história do empreendimento teve início em 2006, quando o francês Jean-Michel Chaufour, dono de uma galeria de arte em Paris, capital da França, viajou para o estado para visitar um artista. O empresário já conhecia o Brasil, pois residiu cinco anos no Rio de Janeiro, durante a década de 80.  Nessa região do Nordeste, viu uma natureza espetacular. Comprou uma casa de verão, que hoje integra a estrutura do hotel recebendo, entre outras instalações, o restaurante de gastronomia internacional. Conversando com o filho Celian, decidiu investir para transformar a vila de pescadores em uma rota turística ecologicamente protegida. Localizado a aproximadamente 30 minutos de Canoa Quebrada, o Vila Selvagem está em uma área de 20 mil m² à beira-mar. Ao todo, são 28 bangalôs e apartamentos rodeados por um belo jardim e duas majestosas piscinas. Dois bares, um spa com tratamentos exclusivos, entre outros. O projeto arquitetônico é assinado por Marcos Campos e Rubem de Azevedo Junior (Fortaleza), e repleto de nobres madeiras tropicais, decoração elegante e 100 obras de arte de artistas locais e internacionais. “Hoje, recordando essa história, e olhando o progresso da região, vejo o quanto ajudamos a população nessa aventura. Vejo famílias inteiras com filhos trabalhando na cidade e um comércio", comenta Jean-Michel. Com mínimo de duas noites, as diárias variam entre R$ 850 e R$ 1.490. Informações: http://www.vilaselvagem.com/.

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