Carreira foi longa, incluindo papéis em teatro, cinema e televisão
O ator Flávio Migliaccio, de 85 anos, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (4) pelo caseiro no sítio onde morava, no município de Rio Bonito, região metropolitana do Rio de Janeiro. A polícia civil investiga o possível suicídio do ator. Migliaccio nasceu no bairro do Brás, em São Paulo, no dia 26 de agosto de 1934. Migliaccio começou a estudar teatro em 1954, no curso do italiano Ruggero Jacobbi, que o encaminhou para o grupo amador Teatro Paulista do Estudante. Foi lá que ele conheceu Oduvaldo Vianna Filho e Gianfrancesco Guarnieri. Ele também levou para o teatro a irmã, Dirce Migliaccio, já falecida, e ingressou na TV Globo em 1972, desempenhando o papel de Xerife, na novela O Primeiro Amor. O sucesso alcançado pelo personagem deu origem, naquele mesmo ano, ao seriado Shazan, Xerife e Companhia, estrelado também pelo ator Paulo José. Migliaccio trabalhou ainda no cinema, ficando conhecido pelo personagem título do filme Aventuras com Tio Maneco, de 1971, do qual foi também diretor. Casado com Ivone Migliaccio, Flávio é pai do jornalista Marcelo Migliaccio. Além de ator, ele atuou como diretor, produtor, roteirista e cartunistas. Flávio Migliaccio participou de mais de 30 novelas e minisséries e fez sucesso com vários personagens, como o pão-duro Moreiras, em Rainha da Sucata (1990), o feirante Vitinho, em A Próxima Vítima (1995), Fortunato, em Passione (2010), e o turco Chalita, da série Tapas & Beijos (2011). Ele também atuou em sucessos da TV Globo como , Caminho das Índias (2009) e América (2005). O último trabalho do ator foi na novela Órfãos da Terra, da TV Globo, em 2019, quando interpretou o personagem Mamede Al Aud. Atualmente pode ser visto na TV na novela Êta Mundo Bom!, apresentada no Vale a Pena Ver de Novo, como o veterinário dr. Josias. No teatro, seu último trabalho foi na peça Confissões de Um Senhor de Idade (2019), espetáculo apresentado no Rio de Janeiro e que comemorou so 60 anos de carreira do ator. A profissionalização como ator teve início no Teatro de Arena, de Zé Renato, onde ele participou de uma série de peças e para onde levou a irmã Dirce Migliaccio. Os dois atuaram em dezenas de montagens juntos. No Teatro de Arena, ele atuou em montagens de peças como A Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, Eles Não Usam BlackTie, de Gianfrancesco Guarnieri, e Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho. Na TV e cinema começou nas décadas de 1950 e 1960, fez pequenas pontas na TV Tupi e atuou em dois longas-metragens de Roberto Santos – O Grande Momento (1958) e A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965). Em 1962, participou de Cinco Vezes Favela, atuando em um episódio e escrevendo o roteiro de outro, com Leon Hirszman. No ano seguinte, estreou como roteirista e diretor em Os Mendigos. (Da Agência Brasil/AAN)