comédia dramática estrelada

Filme nacional “45 do Segundo Tempo” estreia em Campinas

A obra reúne atores renomados como Tony Ramos, Cassio Gabus Mendes e Ary França

Aline Guevara
18/08/2022 às 10:19.
Atualizado em 18/08/2022 às 10:19
Tony Ramos, Cassio Gabus Mendes e Ary França: atores transitam entre a comédia e o drama fazendo com que o espectador relembre histórias de juventude com os amigos (Divulgação)

Tony Ramos, Cassio Gabus Mendes e Ary França: atores transitam entre a comédia e o drama fazendo com que o espectador relembre histórias de juventude com os amigos (Divulgação)

O filme "45 do Segundo Tempo" começou a surgir na cabeça do cineasta e roteirista Luiz Villaça (o mesmo dos filmes "De Onde Eu te Vejo" e "O Contador de Histórias") em 2014, depois que ele leu uma matéria no jornal que falava sobre o aniversário de 40 anos da inauguração do metrô e da história de dois amigos que foram fotografados ali no dia da abertura e que, quatro décadas depois, se reuniam para fazer a mesma foto. "Eu achei esse reencontro inspirador e um material muito rico para se trabalhar e veio a ideia de criar esses três personagens que se reencontravam no mesmo momento de vida e de idade, mas em condições completamente diferentes um do outro", conta ele. Com a ideia na cabeça, o diretor reuniu três grandes atores do cinema brasileiro - Tony Ramos, Cassio Gabus Mendes e Ary França - para dar cara e forma ao projeto. O longa entra em cartaz nesta quinta-feira (18) nos cinemas de Campinas.

Os três pontos focais da narrativa de "45 do Segundo Tempo" são Pedro (Ramos), um palmeirense roxo que passa por dificuldades financeiras para continuar no comando da tradicional cantina italiana fundada por seu avô no bairro do Bixiga, em São Paulo; Ivan, um advogado bem sucedido na carreira, mas com sérios problemas familiares por trás da fachada profissional; e Mariano, um padre que tem dúvidas sobre suas escolhas e sua fé. O trio de amigos de infância se reencontra e, ainda que exista uma resistência inicial, começa a retomar os laços que tinha. De um lado, eles se apoiam diante das dificuldades que cada um enfrenta, de outro, a nostalgia dos tempos de estudantes cresce conforme as memórias se fortalecem. "Acho interessante pensar na ação do tempo, ou seja, o que achávamos que iríamos nos tornar e o que nos tornamos de fato, as escolhas que fizemos, os caminhos que tomamos e, a partir daí, o filme forma um gênero que gosto muito, que é a comédia densa", esclarece Luiz Villaça. 

Entre erros e acertos

É no tom cômico que o filme quase derrapa. Algumas das situações forçam uma comicidade que nem sempre está ali e depende muito do bom elenco segurar o argumento do roteiro. Mas o drama vivido pelos personagens é muito bem executado, seja pelo texto, pela direção, e, claro, pela atuação. "45 do Segundo Tempo" acerta muito na escalação de seus protagonistas. O timing cômico funciona mais pela química entre os três atores do que pelo roteiro, no entanto, eles se destacam nos momentos de emoção dos personagens, especialmente Tony Ramos.

Denise Fraga e Louise Cardoso fazem participações pequenas, mas marcantes, a ponto de roubarem a cena como a esposa desiludida de Ivan e o amor da infância dos três, respectivamente. 

É bastante interessante que o longa nunca mostre flashbacks dos personagens, mas mantenha esse passado apenas nos relatos de Pedro, Ivan e Mariano. Segundo as palavras do personagem de Tony Ramos, alguém que perdeu as esperanças no presente e no futuro, aqueles foram os "melhores anos das vidas deles". Sutilmente, o longa deixa lacunas e discussões para além da tela, mantendo o olhar nos três amigos e no afeto que desenvolveram entre eles a partir de uma nova oportunidade de estarem juntos. "No filme, são vidas completamente diferentes, rumos que foram tomados absolutamente diversos, mas o grande ponto desse reencontro é que na medida que passam a conviver mais, eles descobrem que têm tudo a ver, inclusive, um tentando ajudar o grande problema do outro, querendo participar e entender. Por mais que a vida os tenha levado para caminhos opostos, a amizade continua muito forte e grande, e é redescoberta com situações que os levaram a ficar juntos", observa Cassio Gabus Mendes. 

Ao longo de 1h45 de exibição, o espectador poderá se divertir, refletir e trazer à tona as lembranças dos bons momentos entre os grandes amigos.

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