"OKJA"

Filme do Netflix provoca polêmica mas agrada

A controvérsia sobre o primeiro filme do Netflix a disputar a Palma de Ouro, ofuscou sua estreia, mas não impediu os aplausos ao longa-metragem

France Presse
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19/05/2017 às 10:57.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:26

"Okja", o monstro do Netflix que provoca polêmica mas agrada em Cannes (Divulgação)

A controvérsia sobre o filme "Okja", do sul-coreano Bong Joon-ho, o primeiro do Netflix a disputar a Palma de Ouro, ofuscou sua estreia nesta sexta-feira, mas não impediu os aplausos ao longa-metragem. Na aguardada primeira exibição do filme, no Grande Teatro Lumière do Palácio de Festivais, aconteceram algumas vaias quando o logo do Netflix - que decidiu não exibir o filme nas salas de cinema francesas -, apareceu na tela. As reclamações se repetiram quando problemas técnicos forçaram o recomeço do filme. Mas ao final da exibição para a imprensa, os críticos aplaudiram a história da amizade entre uma menina e um animal insólito, geneticamente modificado, que uma multinacional deseja capturar. A mensagem principal é um apelo contra os maus-tratos dos animais e os métodos selvagens das grandes empresas. Questionado sobre o incidente durante a entrevista coletiva após a exibição, o diretor Bong Joon-Ho minimizou o fato. "Sempre acontecem problemas técnicos nos festivais, estou muito feliz porque vocês assistiram as primeiras cenas duas vezes". O cineasta também evitou briga com o presidente do júri desta edição do festival, o espanhol Pedro Almodóvar, para quem "seria um enorme paradoxo" que a Palma de Ouro ou qualquer outro prêmio entregue a um filme não possa ser assistido nas salas de cinema. "Almodóvar pode dizer o que quiser. Estou feliz de ter meu filme aqui. Sou um fã de Pedro e que fale bem ou mal (do filme) já me sinto homenageado", declarou. A atriz britânica Tilda Swinton, que interpreta a ambiciosa presidente da multinacional, opinou que as afirmações do diretor espanhol "comprometeram" as possibilidades de "Okja" estar entre os premiados, ao mesmo tempo que defendeu o direito de Almodóvar falar "o que quiser". Desde o anúncio da seleção de "Okja" e de outro filme produzido pelo Netflix - "The Meyerowitz Stories", do americano Noah Baumbach, que será exibido domingo -, para a mostra oficial de Cannes, a plataforma americana enfrenta a revolta dos defensores das salas de cinema. A gigante do streaming, que tem 100 milhões de assinantes, não pretende exibir os dois filmes nas salas de cinema francesas. A situação provocou irritação entre os puristas da sétima arte e o circuito exibidor francês. Pressionados, os organizadores do festival mudaram as regras para exigir, a partir de 2018, que todo filme na disputa pela Palma de Ouro se comprometa a ser exibido nas salas francesas. O presidente do Netflix, Reed Hastings, escreveu no Facebook na semana passada, em plena polêmica, que "Okja" é "um filme incrível, cuja participação na competição de Cannes as salas de cinema querem impedir. Ao falar sobre o financiamento do filme, que custou 50 milhões de dólares, Bong Joon-Ho afirmou que o Netflix contribuiu com um "orçamento importante e uma liberdade total em todas as fases das filmagens e da montagem". "Respeitaram meu trabalho", disse. Além da camaleônica Swinton, o elenco tem ainda o americano Jake Gyllenhaal e a britânica Lily Collins. A jovem Seo-Hyun Ahn interpreta com brio a jovem protagonista. O filme se passa entre a Coreia do Sul e Nova York. Na questão técnica, para criar as imagens do insólito animal, que tem uma aparência surpreendente, foram utilizados "vários atributos procedentes de animais reais", afirmou o especialista de efeitos visuais Erik-Jan de Boer. "Observamos porcos e hipopótamos e utilizamos estas informações para tornar Okja o mais hiper-realista possível", explicou.

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