foco na dança

Festival de dança movimenta Campinas até domingo

Festival Internacional de Videodança Sans Souci Brasil integra as estéticas da dança e do cinema e pretende movimenta Campinas até o dia 27 de novembro

Cibele Vieira/ [email protected]
22/11/2022 às 09:21.
Atualizado em 22/11/2022 às 09:21
O Festival Internacional de Videodança Sans Souci Brasil (Divulgação)

O Festival Internacional de Videodança Sans Souci Brasil (Divulgação)

Sans Souci (do francês, significa despreocupado) é o nome do Festival Internacional de Videodança que acontece pela terceira vez no Brasil. O que era para ser apenas um acervo informal de vídeos de dança, criado em 2003 em um parque de trailers no Colorado, Estados Unidos, tornou-se um respeitado festival internacional, com inscrições de todo o mundo. A terceira edição brasileira reúne em Campinas profissionais de diferentes países e inclui atividades para o público. Durante a semana, o público e profissionais da dança poderão prestigiar a exibição de 32 videodanças brasileiras, além de palestras, residências, performances, mesas e oficinas presenciais em três locais: no Sesc, no Espaço Dançaberta e na Adunicamp (os dois últimos em Barão Geraldo). A programação completa está em https://www.sanssoucibrasil.com/. Esta edição tem apoio do ProAC Festivais. 

Julia Ziviani, professora e uma das idealizadoras da Edição Brasil, conta que "apesar de não ser novo, o recurso artístico da videodança no País ainda não é tão difundido no ramo das artes, embora tenha crescido bastante durante a pandemia". Essa produção poderá ser conhecida gratuitamente em quatro mostras que foram organizadas na cidade, cada uma com 32 vídeos de no máximo 15 minutos cada. Além das duas mostras regulares, haverá uma direcionada para o público infanto-juvenil e a outra chamada "6 Brasis". Esta é inspirada nos biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), das cinco regiões do País, e os aspectos de cada uma, abordando desde as florestas à exploração predatória, de seus rios às áreas secas, de suas montanhas à ilegalidade corrosiva.

A 3ª edição Brasil tem como tema a "Transição e Transgressão na Videodança: da Poética a Indispensabilidade" e será híbrida, com foco em atividades presenciais em Campinas e outras com transmissão e interações online, além de palestras, residências, performances, mesas e oficinas. A técnica de criar e reproduzir a dança em vídeo pressupõe um diálogo entre o dançarino e o movimento da câmera em sua concepção e, posteriormente, com a edição para finalização do filme. "Com isso, a videodança também é uma coreografia com quem filma", explica Julia. Outra característica desse trabalho é o custo alto em função dos equipamentos e profissionais envolvidos, e para esse aspecto o evento promove discussões sobre como desenvolver a videodança criativamente, usando os recursos disponíveis.

Videodança em ascensão

Julia Ziviani, que também é diretora do Grupo Dançaberta e professora do Programa de Pós-graduação em Artes da Cena da Unicamp, comenta que "a tendência de produzir videodança cresceu bastante no Brasil”, embora acredite que passada a pandemia deve desacelerar um pouco, mas manterá a produção. "Muita gente aprendeu e gostou de usar, então acho que se firma como mais uma ferramenta na dança contemporânea", destaca. Ela acompanha esse segmento há dez anos e observa que houve um crescimento significativo, inclusive com festivais regionais em várias cidades do interior. 

A idealizadora do projeto no Brasil ressalta ainda que a integração entre dança e cinema é o coração para o trabalho. "Quando escolhemos obras para exibição e instalação, nós consideramos tanto os temas reflexivos e as formas interessantes, como as abordagens investigativas, inovadoras e experimentais. Observamos também o cuidado com a sua produção e que se adequem à proposta do festival", observa. 

Grandes nomes

O evento traz a Campinas nomes importantes do cenário da videodança, como Rosely Conz (Colorado - EUA), Rocio Luna (México), Gabriela Tropia (brasileira que mora na Inglaterra), Leonel Brum (Fortaleza, CE), Lilian Graça (Salvador, BA), Dudu de Herrmann (Casa Branca, MG) e Silvina Szperling (Argentina). 

Os curadores das atividades se preocuparam em evitar conflitos entre a programação e os horários dos jogos do Brasil na Copa. Este ano a edição brasileira inovou ao promover um pré-festival no interior de São Paulo. Foram selecionadas cinco cidades que mantêm escolas públicas de dança, onde foram exibidos vídeos brasileiros e americanos inscritos na mostra de 2020, e esse material foi discutido com os alunos. "Foi um trabalho de formação de novas plateias, algo trabalhoso, mas muito bom", diz Julia. 

Além do Brasil, países como México e Alemanha também já realizaram suas próprias edições do evento. "Trazer o Sans Souci para o Brasil viabiliza a divulgação dos trabalhos artísticos feitos aqui e que são de excelente qualidade. Artistas nacionais e internacionais têm a possibilidade de compartilhar suas experiências por meio do nosso festival", comenta a idealizadora.

PROGRAME-SE

Festival Internacional de Videodança "Sans Souci"- 3ª Edição Brasil

Quando: de 21 a 27 de novembro de 2022

Onde: Sesc Campinas, Adunicamp e Espaço Dançaberta

Entrada Gratuita

Programação detalhada: www.sanssoucibrasil.com/

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