edição 2018

Festival de Brasília apresenta seleção de filmes

Para a disputa do Troféu Candango, foram inscritas 724 produções, das quais foram selecionados nove títulos de longa-metragem e 12 curtas-metragens

Agência Brasil
08/08/2018 às 21:37.
Atualizado em 23/04/2022 às 05:19
Secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis, acompanhado do Diretor Artístico, Eduardo Valente, durante coletiva sobre o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis, acompanhado do Diretor Artístico, Eduardo Valente, durante coletiva sobre o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, evento que há mais tempo se dedica à produção audiovisual do país, divulgou hoje (8) os filmes selecionados para sua 51ª edição que acontece entre 14 e 23 de setembro na capital federal. Além disso, a medalha Paulo Emílio Salles Gomes, criada em 2016 para homenagear os grandes nomes do cinema brasileiro, será concedida ao crítico e professor de cinema Ismail Xavier e ao arquivista Walter Mello, um dos idealizadores do Festival de Brasília.Em dez dias de programação, serão exibidos mais de 120 títulos do cinema nacional entre mostras competitivas, paralelas e especiais. Para a disputa do Troféu Candango, foram inscritas 724 produções, das quais foram selecionados nove títulos de longa-metragem e 12 curtas-metragens. O longa-metragem escolhido pelo júri popular receberá o Prêmio Petrobras de Cinema, que consiste em R$ 200 mil em contratos de distribuição.Além do prêmio, todos os filmes selecionados recebem cachês de seleção, distribuídos igualitariamente. Os longas-metragens selecionados recebem R$ 15 mil, cada; os longas-metragens participantes de sessões hours concours recebem R$ 10 mil; e os curtas-metragens recebem R$ 5 mil. O secretário de Cultura do Distrito Federal considera que a seleção de filmes contempla a diversidade da produção audiovisual brasileira hoje. “Brasília vai ver filmes que dialogam com o momento brasileiro, com o momento mundial, com o momento de muitas pessoas, tem muitos filmes que dialogam com as pessoas, é uma produção riquíssima e reafirma essa qualidade do Festival de Brasília, que é olhar para atualidade e trazer isso refletido na tela”, afirma. Perfil da seleção A curadoria do festival priorizou filmes que lidam de alguma forma com questões políticas e sociais do Brasil e do mundo e que tem capacidade de gerar uma discussão que ultrapasse a sala de cinema.“Filmes que, de uma maneira ou de outra, estão interessados em pensar o que é o cinema, como ele se incorpora às demandas da sociedade e de que maneira o cinema está vivo hoje. Isso está presente na produção brasileira desde sempre em algum grau, mas é a marca do Festival de Brasília”, afirma Eduardo Valente, diretor artístico do Festival.Valente aponta que a curadoria do evento procurou destacar produções que discutem temas quentes da atualidade mas também temas da história brasileira - presentes em grande proporção entre os filmes inscritos - e destaca a presença na mostra competitiva de um filme cuja participação no festival ele atribui ao barateamento da produção digital.Trata-se de Bloqueio, produção pernambucana de Quentin Delaroche e Victória Álvares que trata do movimento de caminhoneiros que aconteceu este ano e começou a ser filmado há pouco mais de quatro meses sem nenhum tipo de financiamento.“Os diretores simplesmente decidiram que estava acontecendo um evento importante e foram até o local com câmeras próprias e conseguiram editar e finalizar para exibir em cinema em 4, 5 meses. Isso seria impensável há alguns anos. Esse filme é um exemplo, digamos, o ápice do que é essa urgência”, considera Valente.Abertura Em 2018, o longa-metragem responsável pela abertura do Festival é Domingo, ficção de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (RJ). A trama ocorre no interior do Rio Grande do Sul, no dia 1º de janeiro de 2003, dia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Duas famílias do interior gaúcho se reúnem em uma mansão rural para um churrasco, enquanto seus filhos adolescentes, de hormônios à flor da pele, fazem daquela data um dia transformador. O filme fará sua estreia brasileira no Festival de Brasília logo depois da estreia mundial no Festival de Veneza, onde será exibido na mostra paralela Venice Days.Antes da exibição do longa, a abertura reserva espaço para o curta-metragem Imaginário, de Cristiano Burlan (SP), filme que se alinha à vocação política do Festival de Brasília e, às vésperas de uma eleição majoritária, faz um apanhado de discursos marcantes sobre a vida política do país desde os anos 1940.Já no encerramento, antes do anúncio dos premiados com o Troféu Candango, o documentário América Armada, de Alice Lanari e Pedro Asbeg (RJ) será apresentado. O longa traça um panorama sobre a realidade contemporânea do Brasil ante uma das principais questões da atualidade: a escalada da violência. Para tanto, o filme parte de alguns personagens marcantes para elucidar paralelos do Brasil com as realidades atuais da Colômbia e do México, investigando de que maneira a presença da cultura e do acesso às armas atinge e modifica a vida das suas populações. Confira os filmes selecionados: Longas documentárioTorre Das Donzelas, Susanna Lira (RJ),Bixa Travesty, Claudia Priscilla e Kiko Goifman (SP);Bloqueio, de Quentin Delaroche e Victória Álvares (PE); Longas ficçãoIlha, Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA);Los Silencios, Beatriz Seigner (SP/Colômbia/França);Luna, Cris Azzi (MG);“New Life S.A.”, André Carvalheira (DF)A Sombra do Pai, Gabriela Amaral Almeida (SP);Temporada, André Novais Oliveira (MG). Curtas documentárioLiberdade, Pedro Nishi e Vinicius Silva (SP);Sempre Verei Cores no seu Cinza, Anabela Roque (RJ)Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito (PE) Curtas ficçãoAulas que matei, Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia (DF);Boca de Loba, Bárbara Cabeça (CE);BR3, Bruno Ribeiro (RJ);Eu, Minha Mãe e Wallace, Irmãos Carvalho (RJ);Kairo, Fabio Rodrigo (SP);Mesmo com Tanta Agonia, Alice Andrade Drummond (SP);Plano Controle, Juliana Antunes (MG);Reforma, de Fábio Leal (PE). Curta animação Guaxuma, Nara Normande (PE)

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