CAMPINAS

Exposição reúne acervo de Francisco Biojone

Escola exibe parte do acervo que 'guardião da arte' reuniu ao longo de sua vida

Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
04/03/2013 às 11:54.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:16

O artista plástico Francisco Biojone: iniciativa inédita (Leandro Ferreira/AAN)

Mais do que um colecionador, o campineiro Francisco Antão de Paula Souza Biojone, ou apenas Francisco Biojone, gosta de dizer que tem em casa a história da arte de Campinas. Com quase 80 anos, ao longo da vida ele reuniu obras de diversos artistas com os quais teve contato e conviveu, além de trabalhos que tiveram a felicidade de ser escolhidos por seu olhar atento.

“Minha filosofia é: vi, gostei e guardo para mim”, declara. “E se eu não tenho condições de comprar, coloco olho gordo mesmo para ninguém levar e, assim, eu poder buscar um dia”, confessa Biojone. A “tática” funciona, já que o campineiro relembra que viu uma peça do italiano radicado em Campinas, Lélio Coluccini, que gostou muito quando tinha 15 anos, mas que só conseguiu adquirí-la há umas duas décadas.

Essa e muitas outras obras que fazem parte do acervo pessoal de Biojone sairão pela primeira vez de sua casa e contarão parte da história cultural do município na Galeria de Arte da Escola Comunitária de Campinas. A mostra 'A Arte de Colecionar Arte - Museu Pessoal de Francisco Biojone' será inaugurada nesta segunda-feira (4) e ficará aberta ao público até 26 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Tina Gonçalez, que compartilha a curadoria da exposição com Fábio Luchiari, explicou que a ideia, em um primeiro momento, era trazer um acervo que mostrasse a coleção de um artista, ou seja, o olhar dele sobre a arte. “E o Biojone tem um acervo belíssimo, que vai dos anos 30 até os anos 90. Mostra muito da história daqui, porque o que ele conseguiu reunir é extremamente importante e consegue expressar a modificação da arte brasileira com um olhar em Campinas.”

O segundo motivo, conta Tina, é a relação do artista com a Escola Comunitária, já que ele foi um dos fundadores do local.

“No ano passado, a nossa galeria foi, inclusive, rebatizada com o nome dele, então eu queria trazer uma participação maior dele, não apenas com as próprias obras, mas com o seu olhar. Quando se cria um acervo, isso não significa que o artista adquiriu as obras pensando em investir em bens, mas adquiriu por algo efetivo, um investimento em arte.”

Como o próprio Biojone explicou, guardar uma obra, para ele, realmente significa ter uma relação afetiva com ela, tanto que, abrir ser acervo para o público, algo difícil para o artista, tem o objetivo de passar essa filosofia. “É interessante para a nova geração aprender a minha teoria. Guardar arte é guardar história. O que havia de bom no início da arte contemporânea daqui é muito do que eu tenho comigo. Na minha mania de guardar coisas, fiquei com vários trabalhos.

Tanto que será exposta uma obra de 1932, de Coluccini. E se você não guarda uma obra, ela será perdida. Comigo, as coisas são diferentes.” Pois é, tanto que o acervo disponiblizado pelo campineiro é, revela, apenas um quarto do total. “Mas, ainda assim, é uma parte muito interessante.”

QUEM É

O artista plástico Francisco Biojone nasceu em Campinas, em 1934. Começou a pintar em 1950. Integrou o Grupo Vanguarda de Campinas, responsável pela renovação das artes na cidade. Está citado na Grande Enciclopédia Delta Larousse; Dicionário das Artes Plásticas no Brasil, de Roberto Pontual; Dicionário Brasileiro de Artes Plásticas, de Carlos Cavalcante; História Geral da Arte no Brasil, de Walter Zanini; Arte no Brasil, coordenado por Pedro Manuel Gismondi; Dicionário de Pintores Brasileiros, de Walmir Ayala; Who’s Who in International Art; Les Grands Noms du Monde Artistique d'Aujourd'Hui; Brazilian Art, Los Angeles, USA; Guia das Artes Plásticas da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Tem obras nos acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte de Belo Horizonte; Museu de Arte Contemporânea de Campinas; Pinacoteca do Estado de São Paulo e em coleções particulares no Brasil e Exterior.

AGENDE-SE

O quê: A Arte de Colecionar Arte - Museu Pessoal de Francisco Biojone

Quando: Até 26 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h

Onde: Galeria de Arte da Escola Comunitária (Rua Egberto Ferreira de Arruda Camargo, 650, Jd. Notre Dame, fone: 3758-8500)

Quanto:Entrada franca

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por